18 livros que todo professor de Português deveria ter

Todo professor que se preze tem alguns livros prediletos. Muitos, como eu, têm uma dificuldade enorme de se desfazer de livros lidos e, dificilmente, emprestam os livros se não tiverem certeza de que o leitor é cuidadoso. Bem, ao longo do tempo tenho livros e mais livros que ganhei de editoras, professores, alunos e, um número maior ainda, comprados com muito suor do rosto. Minha intenção aqui é mostrar alguns livros que tenho e outros que me foram sugeridos por uma professora, doutora em Linguística na faculdade que cursei.

Sugerimos a seguir alguns títulos cuja leitura pode se mostrar valiosa para a reflexão sobre o papel dos livros e da literatura, ou que nos ajudaram a desenvolver a perspectiva metodológica adotada.
A leitura desses títulos contribuirá não só para ampliar a formação do professor, mas também para auxiliá-lo a definir novas estratégias de abordagem e discussão dos textos literários.

Muito do que escrevo para vocês aqui no blog e nas fanpages que tenho no Facebook e páginas no Google Plus vem dessas leituras e de outros materiais práticos que acumulei ao longo dos anos em que atuo dentro e fora da sala de aula como professor de Língua Portuguesa, Literatura e Redação.

Listas de livros para professores

  • É possível facilitar a leitura: um guia para escrever claro, de Yara Liberato e Lúcia Fulgêncio. São Paulo: Contexto, 2007.

As autoras procuram, com base em exemplos extraídos de textos do cotidiano, orientar seus leitores sobre a possibilidade de garantir maior legibilidade para os textos que escrevem. Problemas mais comuns da estruturação textual são analisados e algumas soluções são apontadas. Além de tratar de questões específicas da escrita, a obra também traz orientações úteis sobre procedimentos de leitura destinados a favorecer a compreensão de textos.

  • Comunicação em prosa moderna, de Othon M. Garcia. 25. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas Editora, 2006.

Clássico entre os trabalhos sobre produção de texto, este livro, apesar de não refletir uma concepção mais atualizada sobre a linguagem, oferece uma série de orientações práticas sobre estruturação do parágrafo e da frase que podem ser úteis para os alunos. 0 livro traz muitos exercícios que têm a finalidade de promover um maior controle sobre as estruturas sintáticas e os mecanismos de articulação textual.


  • Ler e compreender: os sentidos do texto, de Ingedore Villaça Koch. São Paulo: Contexto, 2006.

Livro que trata das relações entre o texto, a leitura e o ensino de língua. Dirigida principalmente para professores, essa obra procura mostrar como os sentidos de um texto são construídos pelo “diálogo” constante entre um leitor e um autor. São apresentadas e discutidas as estratégias de que dispõem para construir essa interação e o modo como tais estratégias determinam a compreensão do que se pretende comunicar.

  • Análise de textos de comunicação, de Dominique Maingueneau. Tradução de Cecília P. de Souza-e-Silva e Décio Rocha. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2005.

Um dos principais teóricos da análise do discurso, Dominique Maingueneau faz, neste livro, a análise de vários textos de diferentes géneros. Procura, com essa análise, tornar mais evidente para o leitor por que o texto deve ser entendido como discurso.

  • A comunicação nos textos, de Norma Discini. São Paulo: Contexto, 2005.

Com base em vários textos de ampla circulação (artigos de jornal, cartuns, tiras humorísticas, anúncios, etc), a autora propõe uma série de exercícios destinados a orientar a produção escrita. 0 caráter prático dessa obra faz com que seja um instrumento útil para a prática pedagógica.

  • Gêneros textuais e ensino. Organização de Anna Rachel Machado, Angela P. Dionisio e Maria Auxiliadora Bezerra. 4 ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.

Livro concebido para aproximar a discussão teórica sobre os gêneros do discurso e a realidade da sala de aula, traz artigos que explicitam alguns dos conceitos fundamentais para o trabalho com gêneros. Os textos que abordam gêneros tradicionalmente apresentados na escola, como o verbete e a resenha, oferecem novas perspectivas didáticas que podem auxiliar o professor no momento de preparar suas aulas.

  • Dicionário de análise do discurso, de Patrick Charaudeau e Dominique Maingueneau. Tradução de Fabiana Komesu (coord.). São Paulo: Contexto, 2004.

Essa obra traz a definição de mais de quatrocentos verbetes que ajudam a compreender por que a capacidade de decifrar as intenções do discurso deve ser algo desenvolvido por todos os profissionais que trabalham com o texto. A competente equipe de tradutores tomou o cuidado de encontrar exemplos equivalentes no português para ilustrar todas as definições apresentadas.

  • Gêneros orais e escritos na escola, de Bernard Schneuwly et alii. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

Obra de referência para os elaboradores dos novos PCNs para o Ensino Médio, este livro já se tornou um clássico no âmbito das discussões pedagógicas sobre a adoção de uma perspectiva discursiva para o trabalho com produção de textos. Os autores procuram oferecer sugestões práticas que vão desde a orientação sobre como elaborar uma sequência didática até a divisão de diferentes gêneros pelas séries/ciclos escolares. Procuram, ainda, responder a perguntas que ocorrem frequentemente ao professor de produção de texto, como: por que trabalhar com gêneros e não com tipos de textos? Qual a diferença entre esses conceitos? Que gêneros selecionar e como organizá-los ao longo do currículo escolar?

  • Ilhas no tempo: algumas leituras, de Ana Maria Machado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.

Coletânea de ensaios da autora em que ela discute a relação entre a leitura e o prazer, fala de sua formação literária, trata da importância da literatura na formação de crianças e jovens e do valor atribuído à leitura em nossos dias. Dada essa importância da leitura e da literatura na formação do indivíduo, Ana Maria Machado reflete também, nessa obra, sobre a necessidade de políticas públicas para o livro e de programas de incentivo à formação de novos leitores.

  • Linguagem e ideologia, de José Luiz Fiorin. 8. ed. São Paulo: Ática, 2004.

Nesse livro introdutório, o autor apresenta conceitos básicos da análise do discurso e analisa, de modo didático, as relações entre a linguagem e a estrutura social. Obra essencial para quem deseja compreender de que modo a ideologia se relaciona com as formações discursivas, influenciando-as.

  • Atividade de linguagem, textos e discursos, de Jean-Paul Bronckart. Tradução de Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: Educ, 2003.

Bronckart traz, nessa obra, a análise de 120 exemplos de textos autênticos. A partir dessa análise, o autor explicita a concepção da linguagem como uma atividade entre sujeitos, no quadro teórico do interacionismo social.

  • Lendo imagens: uma história de amor e ódio, de Alberto Manguei. Tradução de Rubens Figueiredo, Rosaura Eichemberg e Cláudia Strauch. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

0 escritor, ensaísta, tradutor e editor Alberto Manguei acredita e defende que o leitor não-especializado deve poder ler imagens como quem lê um texto. Para ele, toda imagem conta uma história que pode ser traduzida em palavras. E é exatamente isso que ele faz, em linguagem clara, com algumas obras selecionadas, que vão desde a Roma Antiga até as modernas experiências artísticas do século XX. As histórias contadas pelas pinturas, esculturas, fotografias e projetos arquitetônicos apresentados nesse livro são desvendadas para o leitor que se vê diante de “textos” que esperavam ser lidos.

  • Linguagem, escrita e poder, de Maurizio Gnerre. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

O autor apresenta uma análise que leva o leitor a compreender melhor como diferentes usos da linguagem podem dar margem à discriminação social ou favorecer determinadas relações de poder. Maurizio Gnerre analisa, também, as relações entre a oralidade e a escrita, discutindo, a partir de perspectivas históricas, linguísticas e antropológicas, por que a escrita goza de tanto prestígio social.

  • O texto e a construção dos sentidos, de Ingedore Villaça Koch. São Paulo: Contexto, 1997.

Livro que trata dos elementos que contribuem para a construção do sentido nos textos, tanto da modalidade escrita quanto da falada. A autora destaca, nesta obra, como o sentido se constrói a partir das marcas linguísticas presentes nas atividades discursivas.

  • A coerência textual, de Ingedore Villaça Koch e Luiz Carlos Travaglia. 7. ed. São Paulo: Contexto, 1996.

Esse livro traz importantes contribuições para a análise dos mecanismos responsáveis pelo estabelecimento das relações de coerência textual. Merece destaque a apresentação e a análise, em textos, dos elementos linguísticos (intra e extratextuais) responsáveis pela construção do sentido.

  • A coesão textual, de Ingedore Villaça Koch. 8. ed. São Paulo: Contexto, 1996.

Nessa obra, a autora trata dos elementos linguísticos responsáveis pela “amarração” coesiva de um texto. De forma detalhada e bastante organizada, Ingedore Koch leva o leitor a refletir sobre os mecanismos de que a língua dispõe para o estabelecimento das relações de coesão textual.

  • A interação pela linguagem, de Ingedore Villaça Koch. 5. ed. São Paulo: Contexto, 1995.

Obra que discute a importância da linguagem como instrumento de interação entre os indivíduos de uma sociedade. Segundo a autora, é por meio da relação mediada pela linguagem que os membros de uma comunidade estabelecem vínculos e firmam compromissos, interagindo socialmente.

  • Sobre a leitura, de Mareei Proust. Tradução de Carlos Vogt. Campinas: Pontes, 1989.

Publicado originalmente em 1905 como “Prefácio” para o livro Sesame et les Lys, de John Ruskin, esse livro foi definido como um “belo elogio da leitura”. Nessa pequena obra, Proust discute a sua paixão pelos livros e fala das memórias e das experiências que a leitura constrói naqueles que mergulham nesse universo mágico.

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