Funções da linguagem e o texto Aquarela

Aprender a identificar quais são as funções da linguagem nem sempre é simples para um estudante prestes e fazer o Enem. isso porque ao analisar um texto, é comum que estejam presentes ali mais de uma função, mas é preciso saber que sempre uma se destacará mais que as outras. Provas como a do Enem (veja o conteúdo do Enem aqui) sempre levam em consideração isso. Faz parte também da prova saber também qual é o gênero textual estudado porque dependendo do texto em questão, há uma probabilidade maior de uma predominar sobre a outra. O que propomos abaixo são alguns exercícios, já com gabarito, sobre o texto Aquarela, de Murilo Mendes. Faça-os e confira o gabarito em seguida.

Exercícios literários sobre Funções da Linguagem

 

Textos para os exercícios de 1 a 3

Texto 1

Aquarela


Mulheres sólidas passeiam no jardim molhado da chuva,
o mundo parece que nasceu agora, mulheres grandes, de coxas largas, de ancas largas, talhadas para se unirem a homens fortes.
A montanha lavada inaugura toaletes novas pra namorar o sol, garotos jogam bola
A baía arfa, esperando repórteres…
Homens distraídos atropelam automóveis, acácias enfiam chalés pensativos pra dentro das
ruas, meninas seios estourando esperam o namorado na janela
então vestidas só com uma blusa, cabelos lustrosos saídos do banho e pensam longamente na forma do vestido de noiva: que pena não ter decote!
Arrastarão solenemente a cauda do vestido até a alcova toda azul, que finura!

Murilo Mendes. Poesia Completa & Prosa.

Texto 2

Aquarela: S. f.
1. Massa com pigmentos de várias cores, que se deve dissolver em água para reduzi-la a tinta;
2. Técnica de pintura sobre o papel em que se emprega essa tinta, permitindo um meio de expressão delicado e transparente de difícil execução, uma vez que o aquarelista deve trabalhar rapidamente, sem se deter em minúcias e sem poder sobrepor a tinta para retoques;
3. (Fig.) Visão alegre e otimista de uma época, uma situação, um lugar etc.

Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

1. Que função da linguagem predomina em cada texto?

No Texto 1, a função da linguagem predominante é a poética, como se percebe pelas imagens que o caracterizam. Exemplo: “Mulheres sólidas passeiam no jardim molhado da chuva, / o mundo parece que nasceu agora”. No Texto 2, a função predominante é a metalinguística, uma vez que se trata de um conjunto de definições.

2. Qual das definições de aquarela contidas no Texto 2 seria mais apropriada para caracterizar o Texto 1?

A definição do Texto 2 que melhor caracteriza o Texto 1 e a de número 2, já que ela se refere a principal técnica poética utilizada na composição do poema: o poeta, como um pintor de aquarelas, cria imagens nas quais aparentemente não se detém, isto é, que produzem o efeito de pintura sem retoques.

3. Entre a terceira definição presente no Texto 2 e o poema há uma semelhança e uma diferença. Identifique-as.

A semelhança é que no poema há realmente uma visão de ”uma época, uma situação, um lugar ate.” Entretanto, o modo como se constituí essa visão não é “alegre e otimista”, mas irônico, como se percebe pelos seguintes versos: “Arrastarão solenemente a cauda do vestido até a alcova toda azul, que finura!”

Gabarito dos exercícios

1. No Texto 1, a função da linguagem predominante é a poética, como se percebe pelas imagens que o caracterizam. Exemplo: “Mulheres sólidas passeiam no jardim molhado da chuva, / o mundo parece que nasceu agora”. No Texto 2, a função predominante é a metalinguística, uma vez que se trata de um conjunto de definições.

2. A definição do Texto 2 que melhor caracteriza o Texto 1 e a de número 2, já que ela se refere a principal técnica poética utilizada na composição do poema: o poeta, como um pintor de aquarelas, cria imagens nas quais aparentemente não se detém, isto é, que produzem o efeito de pintura sem retoques.

3. A semelhança é que no poema há realmente uma visão de ”uma época, uma situação, um lugar ate.” Entretanto, o modo como se constituí essa visão não é “alegre e otimista”, mas irônico, como se percebe pelos seguintes versos: “Arrastarão solenemente a cauda do vestido até a alcova toda azul, que finura!”