Qual a diferença entre MAL e MAU?

Por mais incrível que pareça, a maioria dos alunos não comete equívocos nas questões mais complicadas da Língua Portuguesa. Eles, invariavelmente, se preparam para questões como o valor do “SE” nas orações ou mesmo do “QUE”. Os pontos perdidos de forma boba vêm das questões como acentuação ou mesmo a distinção das palavras homófonas. O caso apresentado hoje neste artigo é um dos campeões. Já falei várias vezes sobre ele nos blogs e retomo porque foi alvo de discussão numa das postagens da nossa fanpage lá no Facebook.

Lembro-me do que me contava um amigo, professor de cursinhos na região central de São Paulo. Segundo ele, numa de suas provas, a FUVEST, que faz o vestibular da USP, Universidade de São Paulo, pediu aos alunos que escrevessem três frases com a palavra “mal”. Mas era necessário usar os três valores gramaticais da palavra “mal”. Todo mundo se lembra imediatamente de dois desses valores.

“Mal” pode ser advérbio, como ocorre na frase:

Aquele jogador joga mal em que “mal” designa o modo como alguém joga.

“Mal” também pode ser substantivo:


Nunca pratique o mal; pratique sempre o bem.

E o terceiro valor gramatical da palavra “mal”? É o de conjunção indicativa de tempo e equivalendo a “logo que”, “assim que”, “imediatamente depois que”:

Assim que você saiu/ Logo que você saiu/ Mal você saiu, ela chegou.

Esse “mal” se escreve com “l” e é conjunção.

Outra dúvida em relação a essa palavrinha diz respeito a sua grafia. Isso ocorre porque também existe “mau”, com “u”. Para resolver essa questão, há uma dica muito útil: “mau” com “u” se opõe a “bom”; “mal” com “l” se opõe a “bem”.

Fulano joga bem.
Fulano joga mal.
Fulano é bom jogador.
Fulano é mau jogador.

Caso você esqueça quem é o contrário de quem, coloque em ordem alfabética: “mal” vem antes de “mau” e “bem” vem antes de “bom”. Pronto: está resolvido o assunto.