Qualidade na Educação ~ Exercício de interpretação

No artigo de hoje vamos fazer um Exercício de Português que foi usado num vestibular da Federal de Pernambuco. Como sempre, vamos treinar a [highlight]interpretação de textos[/highlight] visando o preparo para o vestibular, concurso ou mesmo Enem. Se você se encontra nesse grupo de estudantes, recomendo que visite meus outros sites para ter uma visão mais ampla sobre os assuntos que podem ser tema das perguntas desses exames.

A batalha pela qualidade

Estudos internacionais que comparam o Brasil a outros países são sempre bem-vindos, pois dão aos especialistas brasileiros parâmetros para julgar a eficiência de determinado setor. Na semana passada, foi divulgado o resultado de um desses estudos comparativos mundiais focado na área da educação. O levantamento comparou estudantes de 41 países em três habilidades básicas; leitura, matemática e ciências. Os organizadores selecionaram um grupo de alunos de escolas públicas e privadas de cada país todos na faixa dos 15 anos. Os jovens, que no caso brasileiro haviam concluído o ensino fundamental, foram submetidos a uma série de provas.

Para desolação dos condutores da educação nacional, o Brasil apresentou um desempenho lamentável Na prova de leitura, os brasileiros ficaram em trigésimo sétimo lugar; em matemática e ciências, em quadragésimo.

Situar-se na lanterninha desse ranking indica urna deficiência estrutural que precisa ser enfrentada. O desempenho dos brasileiros na prova de leitura mostra que nossos estudantes conseguem ler mas não demonstram capacidade de interpretar as palavras. No caso do teste de matemática, os alunos brasileiros vão mal nas operações de maior complexidade e têm dificuldade até para entender o enunciado dos problemas. A prova de ciências indica que o aluno brasileiro possui baixo índice de aproveitamento em conhecimentos gerais.

Uma das principais conclusões da pesquisa é que nenhum país conseguiu obter bons resultados no campo da educação sem fazer investimentos significativos – e bem distribuídos. Os Estados Unidos investem 210.000 reais na educação de cada criança, até completar 15 anos e a Coréia do Sul aplica 90.000 reais, Se o desempenho tivesse uma relação direta apenas com o volume de despesas per capita, os Estados Unidos teriam aparecido à frente da Coréia. Mas aconteceu o contrário. A inversão, dizem os especialistas, deve-se à forma mais equilibrada como a Coréia distribui os recursos. O Brasil reúne dois defeitos. O dinheiro é curto (30.000 reais por aluno até os 15 anos] e a distribuição dos valores, heterogênea.

Nos últimos dez anos, houve um salto de quantidade no sistema educacional brasileiro. Praticamente todas as crianças foram matriculadas e se ampliou a oferta de vagas no ensino médio e no superior. Os especialistas asseguram que o Brasil está no rumo certo, mas precisa perseverar para manter os acertos e fazer os ajustes necessários. Os Estados Unidos garantiram o acesso de todas as crianças à escola há mais de 100 anos, A Coréia investe pesado em educação há trinta anos. Resta enfrentar o desafio de oferecer não apenas um lugar em saia de aula mas garantir que as crianças absorvam o que lhes está sendo e ensinado.

VEJA. 9.07.2003. Fragmento.

I. Analisando a sequência das informações e ideias no desenvolvimento do texto, podemos dizer que:

1)  no primeiro parágrafo, o autor faz uma síntese antecipada do conteúdo do texto e apresenta possíveis soluções para o problema abordado.
2)  no segundo parágrafo, o autor, com base nos dados disponíveis, faz um diagnóstico da situação e discrimina o conjunto dos resultados.
3) no terceiro parágrafo, embora sem base objetiva, o autor faz uma análise dos dados obtidos e aponta as saídas para o problema em pauta.
4)  no quarto parágrafo, o autor descreve a situação atual do Brasil, apontando os avanços já conseguidos e prevendo o caminho de novas conquistas.

Estão CORRETAS apenas


a. 1 e 2.
b. 1 e 4.
c. 2 e 4.
d. 3 e 4.
e. 2 e 3.

2. Pela compreensão global do texto, podemos admitir que o objetivo mais amplo do autor é

a. embora apelando apenas para a intuição, mostrar que o Brasil apresenta uma deficiência estrutural em seu sistema educacional.
b. persuadir o leitor a questionar a validade dos estudos comparativos mundiais, pois tais estudos não disponibilizam parâmetros de julgamento.
c. enfatizar que falta ao Brasil ampliar a oferta de vagas no ensino médio e superior, como fizeram outros países mais ricos e avançados.
d. partindo de dados objetivos, ressaltar que não basta garantir um lugar para todos na escola; é preciso assegurar a eficiência do ensino.
e. reforçar a ideia de que a escola brasileira tem conseguido baixos índices de aproveitamento em conhecimentos gerais.

3. Conforme o texto, a principal conclusão a que nos levam os resultados da pesquisa é que

a. os estudos em que se confronta a realidade nacional com outras estrangeiras representam um bom instrumento de avaliação.
b. as habilidades básicas em leitura, matemática e ciências constituem parâmetros que definem a qualidade de desempenho dos alunos.
c. os condutores da educação nacional têm plena consciência das deficiências estruturais que afetam o sistema de ensino.
d. para o êxito na educação, não basta garantir um volume significativo de investimento financeiro; é preciso distribuí-lo com equilíbrio.
e. o salto de quantidade no sistema educacional brasileiro indica que, nos últimos anos, o país tem estado no caminho certo.

4. Um subtítulo coerente com as ideias do texto poderia ser:

a. Os responsáveis pelos destinos da educação nacional tiveram seu desempenho aprovado.
b. Há uma dependência incondicional entre o volume per capita investido e o desempenho em educação.
c. Os Estados Unidos inverteram a situação: investiram menos e obtiveram mais resultados.
d. Os especialistas asseguram que o maior desafio é garantir o acesso de toda criança à escola.
e. O Brasil está duplamente deficitário na busca por melhores resultados no campo da educação.

5. Assinale a alternativa em que a supressão das vírgulas alteraria o sentido do enunciado.

a. Os Estados Unidos garantiram, há mais de um século, o acesso de todas as crianças à escola.
b. Por motivos diferentes podem surgir, da interação do Brasil com outros países, divergências significativas.
c. Os especialistas brasileiros, que se basearam em dados mundiais, admitiram a necessidade de investimentos na educação básica.
d. Os investimentos em educação, durante as últimas décadas, constituíram uma preocupação prioritária.
e. O Brasil não conseguiu melhores resultados em educação, pois foram poucos os investimentos aplicados.

Estudar interpretação de textos é, de longe, a melhor forma de aprender a interpretar textos no vestibular. Engana-se quem pensa que isso servirá apenas para as provas de Português, pois muitas são as áreas em que se usará isso. As provas de Geografia e História são duas que dependem demais dessa habilidade. Mas outras, em provas como o Enem, fazem uso de longos textos nos enunciados. Mesmo para quem vai fazer o TCC, os resumos e fichamentos dependem da correta interpretação.

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Gabarito dos exercícios de interpretação

1-E, 2-C, 3-D, 4-D, 5-C

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vinte − quatro =

Qualidade na Educação ~ Exercício de interpretação

No artigo de hoje vamos fazer um Exercício de Português que foi usado num vestibular da Federal de Pernambuco. Como sempre, vamos treinar a interpretação de textos visando o preparo para o vestibular, concurso ou mesmo Enem. Se você se encontra nesse grupo de estudantes, recomendo que visite meus outros sites para ter uma visão mais ampla sobre os assuntos que podem ser tema das perguntas desses exames.

vestibular - exercícios

A batalha pela qualidade

Estudos internacionais que comparam o Brasil a outros países são sempre bem-vindos, pois dão aos especialistas brasileiros parâmetros para julgar a eficiência de determinado setor. Na semana passada, foi divulgado o resultado de um desses estudos comparativos mundiais focado na área da educação. O levantamento comparou estudantes de 41 países em três habilidades básicas; leitura, matemática e ciências. Os organizadores selecionaram um grupo de alunos de escolas públicas e privadas de cada país todos na faixa dos 15 anos. Os jovens, que no caso brasileiro haviam concluído o ensino fundamental, foram submetidos a uma série de provas.

Para desolação dos condutores da educação nacional, o Brasil apresentou um desempenho lamentável Na prova de leitura, os brasileiros ficaram em trigésimo sétimo lugar; em matemática e ciências, em quadragésimo.

Situar-se na lanterninha desse ranking indica urna deficiência estrutural que precisa ser enfrentada. O desempenho dos brasileiros na prova de leitura mostra que nossos estudantes conseguem ler mas não demonstram capacidade de interpretar as palavras. No caso do teste de matemática, os alunos brasileiros vão mal nas operações de maior complexidade e têm dificuldade até para entender o enunciado dos problemas. A prova de ciências indica que o aluno brasileiro possui baixo índice de aproveitamento em conhecimentos gerais.


Uma das principais conclusões da pesquisa é que nenhum país conseguiu obter bons resultados no campo da educação sem fazer investimentos significativos – e bem distribuídos. Os Estados Unidos investem 210.000 reais na educação de cada criança, até completar 15 anos e a Coréia do Sul aplica 90.000 reais, Se o desempenho tivesse uma relação direta apenas com o volume de despesas per capita, os Estados Unidos teriam aparecido à frente da Coréia. Mas aconteceu o contrário. A inversão, dizem os especialistas, deve-se à forma mais equilibrada como a Coréia distribui os recursos. O Brasil reúne dois defeitos. O dinheiro é curto (30.000 reais por aluno até os 15 anos] e a distribuição dos valores, heterogênea.

Nos últimos dez anos, houve um salto de quantidade no sistema educacional brasileiro. Praticamente todas as crianças foram matriculadas e se ampliou a oferta de vagas no ensino médio e no superior. Os especialistas asseguram que o Brasil está no rumo certo, mas precisa perseverar para manter os acertos e fazer os ajustes necessários. Os Estados Unidos garantiram o acesso de todas as crianças à escola há mais de 100 anos, A Coréia investe pesado em educação há trinta anos. Resta enfrentar o desafio de oferecer não apenas um lugar em saia de aula mas garantir que as crianças absorvam o que lhes está sendo e ensinado.

VEJA. 9.07.2003. Fragmento.

I. Analisando a sequência das informações e ideias no desenvolvimento do texto, podemos dizer que:

1)  no primeiro parágrafo, o autor faz uma síntese antecipada do conteúdo do texto e apresenta possíveis soluções para o problema abordado.
2)  no segundo parágrafo, o autor, com base nos dados disponíveis, faz um diagnóstico da situação e discrimina o conjunto dos resultados.
3) no terceiro parágrafo, embora sem base objetiva, o autor faz uma análise dos dados obtidos e aponta as saídas para o problema em pauta.
4)  no quarto parágrafo, o autor descreve a situação atual do Brasil, apontando os avanços já conseguidos e prevendo o caminho de novas conquistas.

Estão CORRETAS apenas

a. 1 e 2.
b. 1 e 4.
c. 2 e 4.
d. 3 e 4.
e. 2 e 3.

2. Pela compreensão global do texto, podemos admitir que o objetivo mais amplo do autor é

a. embora apelando apenas para a intuição, mostrar que o Brasil apresenta uma deficiência estrutural em seu sistema educacional.
b. persuadir o leitor a questionar a validade dos estudos comparativos mundiais, pois tais estudos não disponibilizam parâmetros de julgamento.
c. enfatizar que falta ao Brasil ampliar a oferta de vagas no ensino médio e superior, como fizeram outros países mais ricos e avançados.
d. partindo de dados objetivos, ressaltar que não basta garantir um lugar para todos na escola; é preciso assegurar a eficiência do ensino.
e. reforçar a ideia de que a escola brasileira tem conseguido baixos índices de aproveitamento em conhecimentos gerais.

3. Conforme o texto, a principal conclusão a que nos levam os resultados da pesquisa é que

a. os estudos em que se confronta a realidade nacional com outras estrangeiras representam um bom instrumento de avaliação.
b. as habilidades básicas em leitura, matemática e ciências constituem parâmetros que definem a qualidade de desempenho dos alunos.
c. os condutores da educação nacional têm plena consciência das deficiências estruturais que afetam o sistema de ensino.
d. para o êxito na educação, não basta garantir um volume significativo de investimento financeiro; é preciso distribuí-lo com equilíbrio.
e. o salto de quantidade no sistema educacional brasileiro indica que, nos últimos anos, o país tem estado no caminho certo.

4. Um subtítulo coerente com as ideias do texto poderia ser:

a. Os responsáveis pelos destinos da educação nacional tiveram seu desempenho aprovado.
b. Há uma dependência incondicional entre o volume per capita investido e o desempenho em educação.
c. Os Estados Unidos inverteram a situação: investiram menos e obtiveram mais resultados.
d. Os especialistas asseguram que o maior desafio é garantir o acesso de toda criança à escola.
e. O Brasil está duplamente deficitário na busca por melhores resultados no campo da educação.

5. Assinale a alternativa em que a supressão das vírgulas alteraria o sentido do enunciado.

a. Os Estados Unidos garantiram, há mais de um século, o acesso de todas as crianças à escola.
b. Por motivos diferentes podem surgir, da interação do Brasil com outros países, divergências significativas.
c. Os especialistas brasileiros, que se basearam em dados mundiais, admitiram a necessidade de investimentos na educação básica.
d. Os investimentos em educação, durante as últimas décadas, constituíram uma preocupação prioritária.
e. O Brasil não conseguiu melhores resultados em educação, pois foram poucos os investimentos aplicados.

Gabarito dos exercícios de interpretação acima

1-E, 2-C, 3-D, 4-D, 5-C

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