O que é linguagem verbal?

O processo de ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa, no Ensino Médio, deve pressupor uma visão sobre o que é linguagem verbal. Ela se caracteriza como construção humana e histórica de um sistema linguístico e comunicativo em determinados contextos. Assim, na gênese da linguagem verbal estão presentes o homem, seus sistemas simbólicos e comunicativos, em um mundo sociocultural.

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A língua assume papéis fundamentais: é por meio dela que o homem enuncia seu pensamento, analisa os fatos do mundo e interage com o outro; é ela o campo em que se cruzam as demais linguagens, que de alguma forma passam pela expressão verbal; no plano da comunidade, é ela que contribui de forma decisiva para a formação da identidade de um povo.

Aprimorar a competência linguística concorre, portanto, para aumentar a possibilidade de interagir em determinado meio.

Apesar de ser um sistema abstrato, cujos elementos foram constituídos arbitrariamente, a língua tem um caráter ideológico que não deve ser menosprezado.

Ela é essencialmente transmissora de ideias, mediadora e portadora de saberes.

Ninguém, em sã consciência, utiliza seus sistemas para nada. Há sempre um sentido almejado, há sempre um porquê e uma ideia incrustados em seus signos.

Essa visão a respeito da linguagem verbal, sem dúvida, determina o modo pelo qual o estudo da língua deve ser conduzido na escola. Isso significa dizer que em todos os momentos devem ser consideradas as condições referentes à situação de enunciação do texto, a questão dos interlocutores e dos papéis representados por eles, as referências ao conhecimento de mundo partilhado na produção de sentido (na leitura e na produção de texto) e a questão da estrutura da língua (a organização gramatical, os usos do vocabulário, os elementos de coerência e coesão, os implícitos) e da composição dos diversos tipos de textos (os gêneros).

O aspecto pedagógico deve estar voltado para o aprimoramento da competência linguística do aluno, a fim de que ele possa exercê-la de maneira adequada em qualquer situação que se apresente, que saiba discernir e decidir a respeito de que padrão linguístico utilizar em dada situação, que domine o padrão culto porque ele é valorizado socialmente e todo cidadão tem direito a tal conhecimento e que saiba da existência dos vários padrões e de seu valor comunicativo em cada situação, sem quaisquer valorações pejorativas ou preconceituosas, o que, certamente, auxiliará na formação de sua identidade.