Arcadismo – Exercícios de Literatura com gabarito

Neste artigo veremos alguns Exercícios de Literatura com gabarito – Arcadismo é, segundo a Wikipedia, uma escola literária surgida na Europa no século XVIII, também denominada de setecentismo ou neoclassicismo. O nome “arcadismo” é uma referência à Arcádia, região campestre do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética.
Índice do artigo

Características do Arcadismo
Exercícios de Arcadismo sem gabarito
Exercícios de Arcadismo com gabarito
Gabarito dos exercícios

Características do Arcadismo

Vejamos abaixo as características do período em questão:

INÍCIO: É fundada a arcádia Lusitana, em 1756.

TÉRMINO: Publicação do poema Camões, de Almeida Garret. (1825)

PAINEL DE ÉPOCA:

  • Revolução Industrial
  • Iluminismo: século das luzes
  • Revolução Francesa

PRODUÇÃO LITERÁRIA

I) BOCAGE  (Portugal)

  • Escrevia com o pseudônimo Elmano Gadino.
  • Existência desregrada e libertina: dificuldades financeiras, amorosas, doenças, prisão, etc.
  • A natureza agradável, descrição tranquila do amor, pureza e ao mesmo tempo apresenta uma alma atormentada.
  • Conhecido como grande sonetista.

II) TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (Brasil)

  • Sua obra de destaque: Marília de Dirceu – fala do grande amor nutrido pela noiva.
  • Antes da prisão: otimismo, confiança.
  • Pseudônimo: Dirceu
  • Publicou Obras Poéticas, dando início ao arcadismo brasileiro.
  • Pseudônimo: Glauceste Satúrnio
  • Paisagem de Minas

Exercícios de Arcadismo sem gabarito

 A) TEXTO

 I -MARÍLIA DE DIRCEU

Parte I – “Lira I”

 “Eu, Marília, não sou nenhum vaqueiro,
 que viva de guardar alheio gado;
 de tosco (1)  trato, de expressões grosseiro,
 dos frios gelos, e dos sóis queimado.
 Tenho próprio casal (2)  e nele assisto (3) ;
 dá-me vinho, legume, fruta azeite;
 das brancas ovelhinhas tiro o leite,
 e mais as finas lãs de que me visto.
 Graças, Marília bela,
 graças à minha estrela!

 Eu vi o meu semblante numa fonte:
 dos anos inda não está cortado (4) ;
 os pastores, que habitam este monte,
 respeitam o poder do meu cajado.
 Com tal destreza (5)  toco a sanfoninha
 que inveja até me tem o próprio Alceste (6) ;
 ao som dela concerto (7)  a voz celeste
 nem canto letra, que não seja minha.
  Graças, Marília bela,
  graças à minha estrela!

 Mas tendo tantos dotes da ventura,
 só apreço (8)  lhes dou, gentil pastora,
 depois que o teu afeto me segura
 que queres do que eu tenho ser senhora.
 É bom, minha Marília, é bom ser dono
 de um rebanho, que cubra monte e prato;
 porém, gentil pastora, o teu agrado
 vale mais que um rebanho e mais que um trono
 Graças, Marília bela,
 graças à minha estrela!

(fragmento de Marilia de Dirceu, “Lira I”.)

1. rude.
2. propriedade, casa.
3. vivo.
4. enrugado.
5. habilidade.
6. divindade clássica ligada à música.
7. acompanhado.
8. valor.

 
II –

“Destes penhascos fez a natureza
 O berço em que nasci! oh quem cuidara,
 Que entre penhas (1)  tão duras se criara
 Uma alma terna, um peito sem dureza!

 Amor, que vence os tigres, por empresa (2)
 Tomou logo render-me; ele declara
 Contra o meu coração guerra tão rara,
 Que não me foi bastante a fortaleza.

 Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
 A que dava ocasião minha brandura,
 Nunca pude fugir ao cego engano:

 Vós, que ostentais (3)  a condição mais dura,
 Temei, penhas, temei; que Amor (4)  tirano,
 Onde há mais resistência, mais se apura.”

(Cláudio Manuel da Costa)

1. penhascos, pedras.
2. obrigação.
3. mostrais.
4. divindade clássica, Eros.
1) A partir da leitura do fragmento do texto I, analise as características Neoclássicas do autor exemplificando com o próprio poema.

2) Caracterize a relação do poeta (Dirceu – pseudônimo) com sua amada Marília.

3) Qual o papel da natureza no texto II? Analise o cenário árcade neste poema de Cláudio Manuel da Costa.

Exercícios de Arcadismo com gabarito

1) (PUC-Campinas) Podemos dizer que as principais características do movimento arcádico são:

a) a busca do claro, do racional, do verossímil e o desenvolvimento de temas pastoris.
b) o sentimento religioso, inspirado na Contra-Reforma.
c) presença do tema da morte e de temas pastoris.
d) apologia dos contrastes, onde cada palavra deveria ser símbolo conotativo de seu oposto.
e) n. d. a.

2) (PUC-CAMPINAS) Podemos entender a figura de Marília dentro das Liras de Tomás Antônio Gonzaga como:

a) uma personagem que vale pelas suas ações em busca de um ideal de libertação feminina dentro do que poderia permitir a sociedade do século XVIII.
b) um elemento bastante contraditório, uma vez que ora parece amar o poeta, ora parece desprezá-lo sem motivo aparente.
c) representando apenas “ocasiões” para o surgimento da paisagem bucólica, do mito grego e muitas vezes do ego do poeta.
d) tema central da obra, em que aparece num crescendo emotivo que desemboca na representação do extremo desespero do poeta por não ver o seu amor realizado.
e) n. d. a.

3) (MACK) Os ideais do “carpe diem”, “locus amoenus”  e “aurea mediocritas” são claramente perceptíveis em:

a) Primaveras
b) Broquéis
c) Crisálidas
d) Lira de Marília de Dirceu
e) Suspiros Poéticos e Saudades

4) “Apenas, Doroteu, o nosso chefe
As rédeas manejou do seu governo,
Fingir nos intentou que tinha uma alma
Amante da virtude. Assim foi Nero.”

Aponte a alternativa incorreta com relação à obra da qual foi extraído o fragmento acima:

a) constitui-se de poemas satíricos em forma de carta que circularam pela cidade de Vila Rica antes da Inconfidên-cia Mineira.
b) sua autoria foi discutida, durante muito tempo, pelos historiadores.
c) narra os desmandos e arbitrariedades de Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais, apresentado como Fanfarrão Minésio.
d) Doroteu escreve de Santiago do Chile, para o amigo Critilo, que se encontra em Vila Rica.
e) Doroteu e Critilo são pseudônimos satíricos de Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga na obra em questão.

Como pudemos ver, o Arcadismo foi um movimento de grande importância para a Literatura. Vejamos agora alguns muitos exercícios de múltipla escola com gabarito.

1) (UF – PR) – “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”

A presente estrofe reflete a temática predominante no período:

a) romântico
b) parnasiano
c) arcádico
d) simbolista
e) modernista

2) (UF – PR) – “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”

O texto tem traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma qualidade patente nesta estrofe é:

a) o bucolismo;
b) o misticismo;
c) o nacionalismo;
d) o regionalismo;
e) o indianismo.

3) (Fuvest) – I. “Porque não merecia o que lograva,
Deixei, como ignorante, o bem que tinha,
Vim sem considerar aonde vinha,
Deixei sem atender o que deixava.”

II.”Se a flauta mal cadente
Entoa agora o verso harmonioso,
Sabei, me comunica este saudoso
Influxo a dor veemente;
Não o gênio suave,
Que ouviste já no acento agudo e grave.”

III.”Da delirante embriaguez de bardo
Sonhos em que afoguei o ardor da vida,
Ardente orvalho de febris pranteios,
Que lucro à alma descrida?”

Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de um amor almejado e passado ou perdido. Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma delas podemos dizer que os movimentos literários a que pertencem I, II e III são respectivamente:

a) barroco – arcadismo – romantismo.
b) barroco – romantismo – parnasianismo.
c) romantismo – parnasianismo – simbolismo.
d) romantismo – simbolismo – modernismo.
e) parnasianismo – simbolismo – modernismo.

4) (Cescem) – O Arcadismo, didaticamente, inicia-se, no Brasil, em 1768:

a) com a fundação de Arcádia de Lusitana.
b) com a publicação de poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ulissiponense.
c) com a publicação dos poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ultramarina.
d) pela vinda da família real para o Brasil.
e) nenhuma das anteriores.

5) (Ufsc) – Considere as afirmativas sobre Barroco e o Arcadismo:

1. Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos antigos gregos e romanos.
2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos vocábulos raros.
3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de poesia-clareza-harmonia.
4. Emprego freqüente de trocadilhos e de perífrases – malabarismos verbais – oratória.
5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – espírito cristão antiterreno.

Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo:

a) 1, 4 e 5
b) 2, 3 e 5
c) 2, 4 e 5
d) 1 e 3
e) 1, 2 e 5

6) (Puc rj) – Qual dessas afirmações não caracterizava a poesia arcádica realizada no Brasil no século XVIII?

a) Procurava-se descrever uma atmosfera denominada locus amoenus.
b) A poesia seguia o lema de “cortar o inútil” do texto.
c) As amadas eram ninfas, lembrando a mitologia grega e romana.
d) Os poetas da época não se expressaram no gênero épico.
e) Diversos poemas foram dedicados a reis e rainhas, e tinham um objetivo político.

7) (Mackenzie) – Apontar a alternativa correta:

a) Tomás Antônio Gonzaga cultivou a poesia satírica em O Desertor.
b) Na obra Cartas Chilenas, temos uma sátira contra a administração de Luís da Cunha Menezes.
c) Nessa obra o autor se disfarça sob o nome de “Doroteu”
d) Para maior disfarce, o autor de Cartas Chilenas faz passar a ação na cidade do Rio de Janeiro.
e) Tomás Antônio Gonzaga tinha o pseudônimo de “Doroteu”.

8) (Santa Casa SP) – Texto I

“É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.”

Texto II

“Depois que nos ferir a mão da morte,
ou seja neste monte, ou noutra serra,
nossos corpos terão, terão a sorte
de consumir os dous a mesma terra.”

O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, é possível afirmar que os árcades optaram por uma expressão:

a) impessoal e, portanto, diferenciada do sentimentalismo barroco, em que o mundo exterior era projeção do caos interior do poeta.
b) despojada das ousadias sintáticas da estética anterior, com predomínio da ordem direta e de vocábulos de uso corrente.
c) que aprofunda o naturalismo da expressão barroca, fazendo que o poeta assuma posição eminentemente impessoal.
d) em que predominam, diferentemente do Barroco, a antítese, a hipérbole, a conotação poderosa.
e) em que a quantidade de metáforas e de torneios de linguagem supera a tendência denotativa do Barroco.

9) (Cescem) – “Alguém há de cuidar que é frase inchada
Daquela que lá se usa entre essa gente
Que julga, que diz muito, e não diz nada.
O nosso humilde gênio não consente,
Que outra coisa se diga mais, que aquilo
Que só convém ao espírito inocente.”

Os versos de Cláudio Manuel da Costa lembram o fato de que:

a) a expressão exata, contida, que busca os limites do essencial, é traço da literatura colonial brasileira e dos primeiros movimentos estéticos pós-Independência.
b) o Barroco se esforçou por alcançar uma expressão rigorosa e comedida, a fim de espelhar os grandes conflitos do homem.
c) o Arcadismo, buscando simplicidade, se opôs à expressão intrincada a aos excessos do cultismo do Barroco.
d) o Romantismo, embora tenha refugado os rigores do formalismo neo-clássico, tomou por base o sentimentalismo originário desse movimento estético.
e) o Romantismo negou os rigores da expressão clássica e lusitana, mas incorporou a tradição literária da poesia colonial.

10) (Ffsc) – Os autores árcades brasileiros apresentam uma obra divorciada das necessidades brasileiras, na segunda metade do século XVIII. Como processo de defesa à liderança do público, tais letrados criam:

a) poemas de profundo subjetivismo;
b) os contos regionais de mineração;
c) a dialética;
d) as academias;
e) a literatura romântica.

11) (Cescea) – “A poesia parece fenômeno mais vivo e autêntico (…) por ter brotado de experiências humanas palpitantes”. (Ele) “é dos raros poetas brasileiros, certamente o único entre os árcades, cuja vida amorosa importa para a compreensão da obra.”

“O lírico ouvidor soltava os seus amores em liras apaixonadas, que tinham, naquele ambiente de Vila Rica, um sabor novo e raro.”

Assim a crítica literária tem-se manifestado sobre o poeta:

a) Cláudio Manuel da Costa
b) Tomás Antônio Gonzaga
c) Alvarenga Peixoto
d) Gonçalves de Magalhães
e) Basílio da Gama

12) (Puc) – Relacione as colunas:

1.Glauceste Satúrnio
2.Alcindo Palmirendo
3.Dirceu
4.Termindo Sipílio
5.Lereno

( ) Tomás Antônio Gonzaga
( ) Cláudio Manuel da Costa
( ) Basílio da Gama
( ) Caldas Barbosa
( ) Silva Alvarenga

a) 3, 1, 5, 2, 4
b) 3, 1, 4, 5, 2
c) 1, 2, 3, 4, 5
d) 3, 2, 4, 1, 5
e) 3, 1, 4, 2, 5

13) (Fatec) – “Voltaram à baila os deuses esquecidos, as ninfas esquivas, as náiades, as oréades e os pastores enamorados, as pastoras insensíveis e os rebanhos numerosos das bucólicas de Teócrito e Virgílio.”
(Ronald de Carvalho, PEQUENA HISTÓRIA DE LITERATURA BRASILEIRA)

O trecho acima refere-se ao seguinte movimento literário:

a) Romantismo.
b) Barroco.
c) Arcadismo.
d) Parnasianismo.
e) Naturalismo.

14) (Ufviçosa) – Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

Ornemos nossas testas com as flores
E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre,
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
(TAG, MD, Lira XIV)

Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO:

a) Ideal de ÁUREA MEDIOCITAS, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média.
b) Tema do CARPE DIEM – uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
c) Ideal de uma existência tranqüila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza.
d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria.
e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do “eu” lírico.

15) (Ufviçosa) – Leia o fragmento de texto a seguir e faça o que se pede:

Esprema a vil calúnia muito embora
Entre as mãos denegridas, e insolentes,
Os venenos das plantas,
E das bravas serpentes.

Chovam raios e raios, no seu rosto
Não hás de ver, Marília, o medo escrito:
O medo perturbador,
Que infunde o vil delito.

[…]Eu tenho um coração maior que o mundo.
Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Eu tenho um coração maior que o mundo.
Tu, formosa Marília, bem o sabes:

Um coração …. e basta,
Onde tu mesma cabes.

(TAG, MD, Parte II, Lira II)

Sobre o fragmento de texto de Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, assinale a alternativa FALSA:

a) a interferência do mito na tessitura dos poemas, mantendo o poeta dentro dos padrões poéticos clássicos, impede-o de abordar problemas pessoais.
b) a interpelação feita a Marília muitas vezes é pretexto para o poeta celebrar sua inocência e seu destemor diante das acusações feitas contra ele.
c) a revelação sincera de si próprio e a confissão do padecimento que o inquieta levam o poeta a romper com o decálogo arcádico, prenunciando a poética romântica.
d) a desesperança, o abatimento e a solidão, presentes nas liras escritas depois da prisão do autor, revelam contraste com as primeiras, concentradas na conquista galante da mulher amada.
e) embora tenha a estrutura de um diálogo, o texto é um monólogo – só Gonzaga fala e raciocina.

16) (UF de Viçosa) – Marília de Dirceu, famosa obra arcádica brasileira, inspirada em Maria Dorotéia de Seixas Brandão, foi escrita por:

a) Manuel Inácio da Silva Alvarenga.
b) Inácio José de Alvarenga Peixoto.
c) Tomás Antônio Gonzaga.
d) José Basílio da Gama.
e) Cláudio Manuel da Costa.

17) (Ufpe) – Em Literatura, um grupo de escritores, no século XVIII, defendeu o bucolismo, a necessidade de revalorização da vida simples, em contato com a natureza. Estamos fazendo referência aos escritores do:

a) ROMANTISMO, para quem, encontrar-se com a natureza significava alargar a sensibilidade.
b) ARCADISMO, propondo um retorno à ordem natural, como na literatura clássica, à medida que a natureza adquire um sentido de simplicidade, harmonia e verdade.
c) REALISMO, fugindo às exibições subjetivas e mantendo a neutralidade diante daquilo que era narrado; as referências à natureza eram feitas em terceira pessoa.
d) BARROCO, movimento que valorizava a tensão de elementos contrários, celebrando Deus ou as delícias da vida nas formas da natureza.
e) SIMBOLISMO quando estes escritores se mostravam mais emotivos, transformando as palavras em símbolos dos segredos da alma. A natureza era puro mistério.

18) (Ufviçosa) – Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar que:

a) produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas, que refletem o conflito entre matéria e espírito.
b) não apresentou novidades, sendo mera imitação do que se fazia na Europa.
c) além das características européias, desenvolveu temas ligados à realidade brasileira, sendo importante para o desenvolvimento de uma literatura nacional.
d) apresenta, já, completa ruptura com a literatura européia, podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente nacionalista da literatura brasileira.
e) presente sobretudo em obras de autores mineiros como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Basílio da Gama, caracteriza-se como expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas, divididos entre a busca da salvação e o gozo material da vida.

19) (UF Viçosa) – Os autores de Vila Rica, Caramuru e Uruguai foram, respectivamente:

a) Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita Jabotão e Graciliano Ramos.
b) Cláudio Manuel da Costa, J. de Santa Rita Durão e José Basílio da Gama.
c) Santa Rita Durão, Manuel Botelho de Oliveira e Adonias Filho.
d) José Basílio Gama, Nuno M. Pereira e Tomás Antônio Gonzaga.
e) Cônego Luís Vieira da Silva, Alvarenga Peixoto e Plínio Salgado.

20) (Ufviçosa) – Fazendo um paralelo entre Romantismo e Arcadismo, podemos concluir que:

a) o Arcadismo prenuncia o Romantismo, porque já apresenta ruptura radical com os cânones literários clássicos.
b) o Arcadismo antecede o Romantismo na evasão da realidade pelo sonho, pela fantasia e pelo mergulho nas profundezas do “eu”.
c) o Romantismo prolonga aspectos do Arcadismo na idealização da natureza, da mulher e do amor.
d) o Romantismo dá continuidade ao Arcadismo na atração pelos conflitos entre a alma e a matéria.
e) o Arcadismo e o Romantismo perseguem o ideal de expressão livre de esquemas pré-estabelecidos.

21) (Ufviçosa) – Leia a estrofe de Tomás Antônio Gonzaga e faça o que se pede:

Os teus olhos espalham a luz divina,
A quem a luz do sol em vão se atreve;
Papoila ou rosa delicada e fina
Te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios de ouro;
Teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de amor igual Tesouro.
(TAG, MD, Parte I, Lira I)

Sobre a personagem central feminina, podemos afirmar que:

a) Marília é mostrada, ao mesmo tempo, como pessoa e como encarnação do Amor, como categoria absoluta.
b) Apesar da beleza deslumbrante da amada, não se verifica, na construção dessa personagem, qualquer idealização clássica da mulher.
c) O poeta dirige-se a Marília unicamente como sua noiva e futura esposa.
d) A beleza luxuriante de Marília contrasta com o ideal de serena fruição dos prazeres sadios da vida.
e) Marília, pela sua intensa sensualidade, representa o ideal de amante e não o de noiva ou esposa.

22) (Uelondrina) – Sou Pastor; não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia dos meus gados.

Os versos acima são exemplos

a) do espírito harmonioso da poesia arcádica.
b) do estilo tortuoso do período barroco.
c) do refinamento e da ostentação da poesia parnasiana.
d) do intento nacionalista na poesia romântica.
e) do humor e do lirismo dos primeiros modernistas.

23) (Mackenzie) – Sobre o Arcadismo no Brasil, é incorreto afirmar que:

a) Cláudio Manuel da Costa, um de seus autores mais importantes, embora tenha assumido uma atitude pastoril, traz, em parte de sua obra poética, aspectos ligados à lírica camoniana.
b) em “Liras de Marília de Dirceu”, Tomás Antônio Gonzaga não segue aspectos formais rígidos, como o soneto e a redondilha em todas as partes da obra.
c) nas “Cartas Chilenas”, o autor satiriza Luís da Cunha Menezes por suas arbitrariedades como governador da capitania de Minas.
d) Basílio da Gama, em “O Uraguai”, seguiu a rígida estrutura camoniana de “Os Lusíadas”, usando versos decassílabos em oitava-rima.
e) “Caramuru” tem, como tema principal, o descobrimento da Bahia por Diogo Álvares Correia, apresentando, também, os rituais e as tradições indígenas.

24) (Mackenzie) – Assinale a alternativa que NÃO apresenta um trecho do Arcadismo brasileiro.

a) “Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;”

b) “Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci! oh quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!”

c) “Musas, canoras musas, este canto
Vós me inspirastes, vós meu tenro alento
Erguestes brandamente àquele assento
Que tanto, ó musas, prezo, adoro tanto.”

d) “Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel das paixões que me arrastava,
Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana!”

e) “Não vês, Nise, este vento desabrido,
Que arranca os duros troncos ? Não vês esta,
Que vem cobrindo o Céu, sombra funesta,
Entre o horror de um relâmpago incendido?”

25) (FUB – SC) – Todos os autores abaixo, relacionados pertencem à escola mineira do Arcadismo, exceto:

a) José Basílio da Gama.
b) Eusébio de Matos.
c) Manuel Inácio da Silva Alvarenga.
d) Tomás Antônio Gonzaga.
e) Frei José de Santa Rita Durão.

26) (Cescea) – Entre outras características do Arcadismo, encontramos:

a) utilização, pelos poetas, de pseudônimos pastoris.
b) condenação do Barroco, que prevaleceu no século XVI, nas suas formas de cultismo e conceptismo.
c) a arte não deve ser concebida como imitação da natureza.
d) o cultismo e o conceptismo.
e) o subjetivismo e o egocentrismo.

27) (UF – PR) – “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”

O autor dos versos é:

a) Gonçalves de Magalhães
b) Gonçalves Dias
c) Tomás Antônio Gonzaga
d) Álvares de Azevedo
e) Casimiro de Abreu

Gabarito dos exercícios

1- GABARITO: C
2- GABARITO: A
3- GABARITO: A
4- GABARITO: C
5- GABARITO: D
6- GABARITO: D
7- GABARITO: B
8- GABARITO: B
9- GABARITO: C
10- GABARITO: D
11- GABARITO: B
12- GABARITO: B
13- GABARITO: C
14- GABARITO: A
15- GABARITO: A
16- GABARITO: C
17- GABARITO: B
18- GABARITO: C
19- GABARITO: B
20- GABARITO: C
21- GABARITO: D
22- GABARITO: A
23- GABARITO: D
24- GABARITO: C
25- GABARITO: C
26- GABARITO: A
27- GABARITO: C

Por último, mais dois exercícios que estavam num outro site do nosso grupo. Ficam como bônus. Relembremos de novo, após os exercícios, as características do Arcadismo.

A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo o que lhe diz respeito. Por essa razão muitos poetas do arcadismo adotaram pseudônimos de pastores de Tetões gregos ou latinos. Caracteriza-se ainda pelo recurso a esquemas rítmicos mais graciosos.

Numa perspectiva mais ampla, expressa a crítica da burguesia aos abusos da nobreza e do clero praticados no Antigo Regime.
Adicionalmente os burgueses cultuam o mito do homem natural em oposição ao homem corrompido pela sociedade, conceito originalmente expresso por Jean-Jacques Rousseau, na figura do “bom selvagem”.
Entre outras características do Arcadismo, encontramos:
a) utilização, pelos poetas, de pseudônimos pastoris.
b) condenação do Barroco, que prevaleceu no século XVI, nas suas formas de cultismo e conceptismo.
c) a arte não deve ser concebida como imitação da natureza.
d) o cultismo e o conceptismo.
e) o subjetivismo e o egocentrismo.
Gabarito: A

“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”

O autor dos versos é:
a) Gonçalves de Magalhães
b) Gonçalves Dias
c) Tomás Antônio Gonzaga
d) Álvares de Azevedo
e) Casimiro de Abreu
Gabarito: C