Características gerais dos seres vivos – Passar No Enem

Os seres vivos possuem composição química e organização totalmente diferentes de corpos brutos.

No caso da matéria viva, apenas seis elementos químicos correspondem a cerca de 99% de todos os átomos presentes nos seres vivos.

São eles carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre.

Observe na tabela a seguir a concentração desses elementos na natureza e na composição do ser humano.

Do ponto de vista da organização molecular, os seres vivos apresentam em sua composição, além de sais minerais típicos da matéria bruta, compostos não encontrados em corpos brutos e representados, basicamente, por macromoléculas.


Essas partículas, denominadas moléculas orgânicas, são representadas pelos ácidos nucleicos, açúcares, proteínas e gorduras.

Tais compostos apresentam obrigatoriamente átomos de carbono, normalmente ligados covalentemente ao hidrogênio, mas podendo, também, estarem acompanhados de oxigênio, nitrogênio, enxofre e fósforo, principalmente.

As moléculas orgânicas são bastante estáveis, uma vez que as ligações entre carbono e hidrogênio são, praticamente, apoiares (devido à diferença de eletronegatividade entre carbono e hidrogênio).

Como será visto mais adiante, isso permite uma maior estabilidade de composição aos seres vivos.

Por outro lado, a tetravalência do carbono permite a formação de cadeias carbônicas que se ligam a variados e possíveis compostos orgânicos, o que proporciona uma grande versatilidade para as moléculas, as quais, por sua vez, relacionam-se às demais propriedades dos organismos vivos.

Durante muito tempo, acreditava-se que tais compostos só poderiam ser sintetizados por organismos vivos (o termo orgânico significa “derivado de seres vivos”).

Segundo esse raciocínio, os organismos possuiriam um princípio ou força vital sem o qual era impossível essa síntese ser realizada.

Essa ideia, popularizada pelos trabalhos de Jõns Jacob Berzelius, fazia da Biologia um campo à parte das demais ciências.

Afinal de contas, era difícil pensar em termos científicos com um paradigma tão impreciso quanto o da força vital.

Só em 1828, o químico alemão Friedrich Wõhler produziu, a partir de um composto inorgânico (o cianato de amônia), um composto orgânico (a ureia), derrubando o princípio da “força vital”.

Dessa forma, iniciou-se a produção de outros compostos orgânicos em laboratório. Os pesquisadores perceberam, assim, que a Química Orgânica e a Biologia não eram diferentes das outras Ciências da Natureza: os seres vivos obedecem às mesmas leis da Física e da Química que a natureza, por sua vez, obedece.

Mesmo ocorrendo fora dos organismos vivos, os compostos orgânicos tornaram-se sinônimos de presença de vida.

Os ácidos nucleicos, por exemplo, respondem pelo controle de funções vitais como reprodução e metabolismo em todos os seres vivos, de maneira a ser inviável a ocorrência de vida na ausência dessas moléculas.

As moléculas orgânicas são, qualitativamente, os principais compostos químicos em seres vivos.

Elas fornecem estabilidade à composição do ser vivo, armazenando energia e informações genéticas e possibilitando a capacidade de se reproduzirem.

Apesar de sua importância, a água ainda é o composto mais abundante na matéria viva.

Entretanto, a simples presença de compostos orgânicos e de água não é suficiente para caracterizar uma determinada estrutura como viva.

Sabe-se que a vida, além de ser difícil definir, é complicada, talvez impossível de ser reproduzida artificialmente.

Mesmo com a tecnologia de produção de moléculas orgânicas em laboratório, o ser humano ainda não conseguiu produzir células inteiras, nem sequer as mais simples, como as células bacterianas.

Isso se deve a um motivo muito simples: o alto grau de organização das estruturas vivas se mostrou, até agora, impossível de ser duplicado sem que seja por meio de derivação de outro organismo vivo.