→ Exercícios de Literatura

Neste artigo você vai encontrar exercícios de Literatura já com gabarito. Alguns são de múltipla escolha e outros são dissertativos visto que é importante também treinar a escrita. Todos os exercícios possuem gabarito e, alguns deles, apenas sugestões de respostas. Faça-os com cuidado observando as características do período Literário. Sobre isso, é evidente que, na prova do Enem, questões sobre o Romantismo e o Modernismo são as preferidas, inclusive nas questões de interpretação de texto, mas recomendo que você conheça as características dos outros períodos e faça os exercícios também. Bons estudos.

Lista de atividades de Literatura com gabarito

Exercícios sobre prosa romântica

Publicada em 1862, a novela Amor de perdição, de Camilo Castelo Branco, romancista português, trata do amor impossível entre dois jovens, Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, vizinhos, mas filhos de famílias inimigas. Acompanhe, abaixo, um fragmento da novela, as diferentes manifestações do estado de alma das personagens, as mudanças de comportamento, os ímpetos de paixão, a coragem para desafiar a autoridade paterna, para transgredir valores sociais e fazer valer um sentimento.

Simão Botelho e Teresa de Albuquerque se apaixonam, mas suas famílias, inimigas, não aceitam esse amor. Por recusar-se a casar com seu primo Baltasar, Teresa é enviada a um convento, enquanto Simão, depois de se envolver em uma briga com criados de Baltasar, esconde-se na casa de um ferreiro. Mariana, filha do ferreiro, apaixona-se pelo rapaz e o ajuda a manter correspondência secreta com Teresa, sendo peça muito importante na construção da história. Quando Simão tenta resgatar Teresa do convento, porém, algo dá errado e a vida de todas as personagens será afetada por esse golpe.


Amor de perdição

Capítulo II

Camilo Castelo Branco

No espaço de três meses fez-se maravilhosa mudança nos costumes de Simão¹. As companhias da relê desprezou-as. Saía de casa raras vezes, ou só, ou com a irmã mais nova, sua predileta. O campo, as árvores e os sítios mais sombrios e ermos eram o seu recreio. Nas doces noites de estio demorava-se por fora até ao repontar da alva. Aqueles que assim o viam admiravam-lhe o ar cismador e o recolhimento que o sequestrava da vida vulgar. Em casa encerrava-se no seu quarto, e saía quando o chamavam para a mesa.
D. Rita pasmava da transfiguração, e o marido, bem convencido dela, ao fim de cinco meses, consentiu que seu filho lhe dirigisse a palavra.
Simão Botelho amava. Aí está uma palavra única, explicando o que parecia absurda reforma aos dezessete anos.
Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira pela primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos.
Os poetas cansam-nos a paciência a falarem do amor da mulher aos quinze anos, como paixão perigosa, única e inflexível. Alguns prosadores de romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está de fronte próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe.
Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma exceção no seu amor.
O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivo de litígios, em que Domingos Botelho lhe deu sentenças contra. Afora isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte². É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de obtemperar e sacrificar-se ao justo azedume de seu pai era verdadeiro e forte.

CASTELO BRANCO, Camilo. Amor de perdição. São Paulo: Ática, 2001.

¹ Simão, aos 15 anos, chamava a atenção de todos por ter, segundo seu irmão, um gênio sanguinário:
“[…] emprega em pistolas o dinheiro dos livros, convive com os mais famosos perturbadores da academia, e corre de noite as ruas insultando os habitantes e provocando-os à luta”. É em relação a esse comportamento a “maravilhosa mudança de costumes”.

² Certo dia um dos empregados do pai de Simão levou os animais para beber no chafariz. Por descuido ou de propósito, este esbarra em algumas vasilhas de pessoas que estavam buscando água ali. Por causa disso, o empregado começou a ser espancado. Vendo a cena, Simão não só entrou na briga, machucando muitas pessoas, como acabou de quebrar as outras vasilhas que ali se encontravam.

Vocabulário de ajuda

  • alva: primeira claridade da manhã.
  • cismador: pensativo.
  • declinar: eximir-se, recusar.
  • ermo: deserto.
  • estio: verão.
  • incólume: ileso, livre de dano ou perigo.
  • litígio: questão judicial.
  • obtemperar: obedecer, pôr-se de acordo.
  • pasmar: admirar-se de algo.
  • relê: ralé; a camada mais baixa da sociedade.
  • transfiguração: transformação na maneira de pensar e proceder.

1. Segundo o texto, que grande transformação o amor provocou em Simão?

2. O que essa alteração de comportamento revela sobre o novo estado de espírito de Simão?

3. Leia:

O campo, as árvores e os sítios mais sombrios e ermos eram o seu recreio. Nas doces noites de estio demorava-se por fora até ao repontar da alva.

O espaço é fundamental em uma narrativa, não só porque determina muitas das ações das personagens, mas porque pode revelar seu estado de espírito. Por que os novos espaços por onde circula Simão são coerentes com sua transformação?

4. Explique o que é, segundo o narrador, o amor dos 15 anos.

5. Por que Teresa de Albuquerque é uma exceção em seu amor?

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1. Simão deixou de ser um rapaz intempestivo e baderneiro e passou a se dedicar a seus pensamentos, a seus afazeres pessoais. Passava mais tempo em casa; quando saía, ia a lugares mais calmos.


2. Sugestão de resposta: Simão encontra-se enamorado; seus pensamentos são totalmente ocupados pela pessoa que motiva esse sentimento. Tal é o seu estado de paixão que nenhuma outra sensação consegue distraí-lo.


3. Sugestão: Porque são espaços de recolhimento, de solidão, apropriados à vivência de um sentimento intenso, que modifica e arrebata a personagem.


4.  É uma brincadeira que se pode realizar em segurança. Atente para o fato de que este trecho do texto é mais complexo do que parece. O narrador primeiro nega o amor dos quinze anos propagado por poetas e romancistas: que seria inflexível e perigoso. Depois dá a sua visão sobre esse amor: uma brincadeira mais tranquila. Mas, por fim, acaba dizendo que Teresa é uma exceção, ou seja, seu amor tem as características que ele anteriormente negou.


5. Porque a paixão que ela sente em hipótese alguma pode ser vivida em segurança, uma vez que a sua família é inimiga da de seu amado. Trata-se, portanto, de um sentimento arriscado, de uma ousadia.


 

Exercícios sobre Parnasianismo

Neste artigo você verá alguns exercícios sobre Parnasianismo que poderão ser usados como atividades revisionais para ensino Médio e também como preparação para provas de Enem e vestibulares. O Parnasianismo é contemporâneo do Realismo e manifesta-se pelo uso da razão e da busca da arte pela arte. Confira os exercícios e depois, o gabarito

Lista de exercícios sobre Parnasianismo.

1. Explique de forma coerente, objetiva e clara qual é a característica parnasiana presente nos versos a seguir.

A pena é um pincel. – Sully Prudhomme

B. Eu limo sonetos / engenhosos e frios. – Lemmaitre

2. Marque a afirmativa correta:

A. (     ) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal na poesia.
B. (     ) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente coloquial.
C. (     ) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do verso livre.
D. (     ) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao experimentalismo formal.
E. (     ) O Parnasianismo foi responsável pela afirmação de uma poesia de caráter musical.

3. Enfocando os temas e as atitudes parnasianos, assinale a alternativa que contraria os ideais do movimento:
A. (     ) a poesia parnasiana é alienada, no sentido de que ignora as questões que não sejam essencialmente estéticas;
B. (     ) há um acentuado desprezo pela plebe e pelas aspirações populares;
C. (     ) o artesanato poético é sua principal preocupação;
D. (     ) os parnasianos diferem da atitude impassível e antissentimental dos realistas;
E. (     ) é uma poesia de elaboração, fruto do “esforço intelectual”.

4. Leia o poema a seguir, e assinale a alternativa correta:

“Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.”

O trecho do poema em destaque é parnasiano. Ele revela um poeta:

A. (     ) distanciado da realidade.
B. (     ) engajado.
C. (     ) crítico.
D. (     ) irônico.
E. (    ) informal.

Gabarito dos exercícios sobre Parnasianismo

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