Como distribuir a iluminação em casa

Uma das práticas mais apaixonantes na decoração é saber jogar com a iluminação artificial. Usada corretamente, ela “aumenta” ou “diminui” as proporções de uma sala. Valoriza certas peças do mobiliário, dando-lhes ao mesmo tempo profundidade e relevo, ou, noutro caso, divide ou agrupa ambientes. Assim, quando se planeja a decoração de uma residência, pode-se dispor de alguns esquemas práticos de iluminação, que, além de tudo, realçam e tornam um aposento mais agradável e aconchegante.

MODIFICAR PROPORÇÕES COM ILUMINAÇÃO

Para modificar as proporções de uma peça comprida e estreita, utiliza-se um abajur, colocado sobre uma mesinha, encostada a uma das paredes mais longas (1). Essa iluminação unilateral dá a sensação de um ambiente mais largo e maior.

Nas casas em que o teto for alto demais, o que geralmente acontece nas construções antigas, torna-se difícil criar em uma sala uma atmosfera de intimidade e repouso. Para eliminar esse problema, é suficiente colocar um abajur em um dos cantos do aposento (de preferência onde as pessoas costumam permanecer mais tempo), fechando a abertura superior: a luz dirigida para baixo tira a impressão da grande altura do teto (2).

Em situações inversas, quando a atmosfera fica um pouco “pesada”, em decorrência do teto baixo, dirige-se a iluminação para o alto. Um spotlight, colocado perto do chão e atrás de um vaso de flores, ou pequeno móvel, é o instrumento necessário para dar a impressão de que o teto é bem mais alto do que parece (3).

Salas grandes e muito iluminadas (como no caso de um grande lustre central) ficam com uma atmosfera dispersiva e pouco acolhedora. Um abajur, colocado em um ponto estratégico, cria um ambiente íntimo, à parte do restante da sala. E o ideal, principalmente quando se tem o hábito da leitura. Este esquema funciona também para os aposentos onde está o aparelho de televisão (4).


Para o hall de entrada da casa ou apartamento, pode-se dispor de duas soluções. A primeira deixa-o mais comprido, com uma arandela colocada à meia altura da extremidade mais distante da porta de entrada (5). A segunda tira do ambiente aquele aspecto de corredor, “diminuindo” seu comprimento, com um foco de luz colocado estrategicamente próximo da entrada (6).

DIVISÃO DE AMBIENTE COM ILUMINAÇÃO

Uma sala que dispõe de dois ambientes diferentes (sala de jantar e estar, por exemplo) pode se tornar mais agradável com uma iluminação bem distribuída. Uma luminária pendente sobre a mesa cria o ambiente de sala de jantar, enquanto o resto fica em agradável penumbra (7). Quando a mesa não estiver sendo utilizada, uma ou duas arandelas colocadas em um nicho, por exemplo, valorizam a sala de estar (8).

Ao contrário, quando se quer “unir” dois ou mais ambientes, deixando a sala com “muito espaço”, distribui-se a iluminação (de preferência com abajures), formando um círculo. As lâmpadas utilizadas não devem ser muito fortes: mais ou menos 60 ou 75 watts cada uma. Mas esta não é uma regra geral. O tamanho do aposento é que determina o maior ou menor número de watts necessários (9).

ILUMINAÇÃO: EQUILÍBRIO E HARMONIA

Algumas peças de decoração ou móveis de estilo podem ser valorizados, dirigindo-se um foco de luz sobre eles. Para isso, prende-se um spotlight ou refletor na parede (a mais ou menos 2 metros de altura) ou mesmo no teto. Feito isso, dirige-se o foco para o que se quer realçar no ambiente. Estantes divisórias, ou quadros, também podem receber o mesmo tipo de iluminação, com resultados bastante compensadores (10).

COMO REDUZIR UM MÓVEL

Por outro lado, a cor ou o tamanho, às vezes um tanto exagerado, de certos móveis antigos, podem deixar um ambiente cansativo e pesado. É o caso, por exemplo, de determinados aposentos que “incomodam” as pessoas, fazendo com que não sintam prazer em permanecer ali muito tempo. Assim, para deixá-los mais leves e “diminuir” a profundidade e o tamanho dos móveis, é suficiente colocar à sua frente e a certa distância um abajur com foco de luz dirigido, semelhante aos refletores utilizados em estúdios fotográficos (11).

Para móveis esculpidos ou trabalhados em relevo, uma iluminação lateral, colocada um pouco acima da parte superior da peça, destaca e valoriza enormemente os desenhos. O mesmo critério pode ser também aplicado a outras peças de decoração, vasos, esculturas, pinturas, etc. (12).

Para a iluminação de esculturas, porém, existe uma técnica bastante original e frequentemente utilizada pelos decoradores. Adapta-se na frente do spotlight ou projetor uma placa (de alumínio fino, por exemplo) que reproduz exatamente a silhueta da escultura. Assim, preso ao teto, o projetor emite um feixe de luz que ilumina apenas a escultura. Este recurso, entretanto, pode exigir o auxílio de um profissional, por apresentar   certas  dificuldades.