Como fazer citações na redação do Enem

Olá, pessoal, tudo bem? No post de hoje quero falar rapidamente para você como é que você pode usar as citações a seu favor sem cair nos erros comuns da maioria dos candidatos. Vou aproveitar e pedir que acompanhe meu perfil lá no Instagram. CLIQUE AQUI para em seguir lá.

Qual é a dificuldade de o aluno fazer uma boa citação na atual banca do Enem?

Quando você fala em citação, em alusão e por aí vai, o aluno ao escrever acredita que citação é apenas uma frase com o autor ao lado.

Não!

Citação é muito mais do que isso. Uma citação, na verdade, é uma frase… que vem acompanhada de um contexto… que tem um objetivo… que tem também um autor qualificado ou que deve ser qualificado no seu texto.

Por exemplo você resolveu fazer uma citação sobre Rousseau, ou sobre Voltaire.  Quem é Rousseau? Quem é Voltaire. Ou ter você resolveu falar sobre o Martin Luther King. Quem é Martin Luther King?

Então se você coloca lá, por exemplo:

“Posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas lutarei até a morte pelo seu direito de dizê-lo”.

Você tem aí uma citação de Voltaire. Não basta colocar a frase e ter ao lado o nome do autor. Veja como seria o jeito errado:

“As palavras de Voltaire…”

Não! Você vai dizer:

“As palavras de Voltaire, pensador iluminista do século 18, nos permite refletir sobre como em nossos dias…”

Percebeu?

Você colocou na redação a seguinte afirmação:

“‘O homem nasce bom. A sociedade o corrompe’. O pensamento de Rousseau, um dos expoentes do pensamento iluminista no período antes da Revolução Francesa…”

Vale a pena você conhecer o autor daquela fala!

“Martin Luther King, pastor e ativista social, defensor dos direitos humanos…”

Enfim, a primeira parte é você saber qualificar o autor da situação que você está usando.

A segunda coisa é saber qual foi um contexto que aquilo foi dito. Então mostre para a banca que você está usando uma frase de outra época, num contexto de hoje, mas que você tem consciência da outra época e está, de forma análoga, aplicando na data de hoje, por exemplo.

Sempre que trabalhei o tema violência aparece aquela citação “o homem é o lobo do homem”, de Thomas Hobbes. Sim, mas ele falou que “o homem é o lobo do homem” pensando em outra coisa. Ele era um estudioso da Economia. Ele era alguém preocupado em comentar, por exemplo, os efeitos do capitalismo em nossos dias e quando ele diz que “o homem é o lobo do homem” o contexto não tinha nada a ver com violência. Porém, se você na redação comenta o outro contexto, e diz que, de forma análoga, quer aplicar ao contexto de agora, você consegue inclusive salvar essa citação que não tem nada a ver. Veja:

“O homem é o lobo do homem”. As palavras de Thomas Hobbes representam a evolução do capitalismo mundo de forma análoga pode ser empregado em nossos dias para refletir sobre a evolução da violência no Brasil.”

Então a banca já sabe que você conhece com o contexto original e, de forma proposital, você quer empregá-la nos dias de hoje.

Ótimo, já sei o autor, já qualifiquei o autor e já estou apto para comentar o contexto.

O que eu faço além disso?

É preciso demonstrar à banca que você conhece a finalidade. Empregou a frase, qualificou o autor, demonstrou um contexto, então você tem uma outra possibilidade que é explorar o contexto, o ideal, ou seja, o contexto de finalidade para declaração daquela citação.

Quando você fala de Rouseau, você tem sua qualificação: ele é um pensador no início do século 18. Você tem um contexto histórico: o abandono do Estado em relação às aspirações daquela comunidade francesa e posterior Revolução Francesa. Você tem também um ideal, uma aspiração, um objetivo.

Quais são os ideais?

  • liberdade
  • igualdade
  • fraternidade

Estes ideais estão relacionados à corrente iluminista.

Quando você tem Martin Luther King citado no seu texto, você pode sim referenciar toda aquela briga naquela passagem histórica americana. Agora… qual a finalidade dele?

  • Promover uma nação de igualdade entre brancos e negros, uma ação de igualdade entre os diferentes;
  • Promover o respeito entre culturas diferentes a fim de que se possa evitar a violência
  • Evitar a guerra a fim de que se tenha um ambiente mais pacífico para se viver.

Certo. Você poderia dizer: já tem a citação, já tem o autor. Se eu colocar a citação, autor, qualificação do autor, contexto histórico e finalidade, acabou na redação. Não tem mais nada para fazer.

Calma!

Esses outros dados ajudam você a contextualizar a sua citação. Você pode, por exemplo, colocar num parágrafo citação do autor, no outro parágrafo comenta um pouco da vida do autor que justifique a sua seleção e pode colocar, em outro parágrafo, o contexto, um pouquinho de ideal… comentando ou comparando com aquilo que você está buscando, discutindo dentro da sua redação.

Até mesmo a proposta de intervenção é possível você retomar um contexto, o ideal. Por exemplo, vamos pensar numa conclusão de redação. Você pode dizer assim:

“Portanto, para que os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade defendidos por Rousseaur não sejam apenas uma aspiração teórica do passado, mas uma medida prática nos dias de hoje, é necessária uma intervenção por parte do Governo. Nesse sentido o Mistério X deve…”

Você contextualizou, retomou aquela citação e, a partir daí, você emana, você entrega a sua linda proposta de intervenção.