Dicas de redação para concursos públicos

cta-banner-portugues-pra-passarNo dia-a-dia, as pessoas expõem pontos de vista, defendem ideias, questionam diversos assuntos, seja oralmente, seja por meio da escrita, procurando convencer o leitor de seu ponto de vista. Neste artigo, direcionado para os concursos públicos, você verá como organizar suas ideias para elaborar um texto dissertativo coeso e coerente, através da definição do tema, da articulação adequada entre os parágrafos, da estruturação do texto em partes relacionadas entre si. É comum que nos concursos já seja dado o tema para que o candidato desenvolva, por isso, vamos para algumas primeiras dicas sobre o texto dissertativo para depois pensarmos nas especificidades da prova no concurso.

TITULO, TEMA E PARÁGRAFO

A definição do tema direciona o desenvolvimento do texto. O título deve ser bem pensado, para chamar a atenção do leitor. Também é importante que os fatos ou ideias sejam apresentados de forma coerente, em parágrafos adequadamente estruturados, de modo que o leitor compreenda o texto com facilidade.

DISTINÇÃO ENTRE TÍTULO E TEMA

Título: O poder da imprensa
Tema: A imprensa exerce uma grande influência no comportamento das pessoas

Título: A engenharia genética
Tema: As pesquisas na área de engenharia genética torno da limitação do trabalho científico criam uma série de polêmicas em torno da limitação do trabalho científico.

Como você pode observar, título é diferente de tema. O título é mais curto, podendo ou não sintetizar a ideia-núcleo (ideia central do texto). Já o tema é a ideia-núcleo do texto a respeito da qual se escreve.

Se fosse dado como título, por exemplo, “O computador”, o tema para discussão poderia ser: “A substituição do homem pela máquina vem aumentando o índice de desemprego”, “O uso do computador cria fonte de recursos para o trabalho humano”, entre outros.

Título: indica o assunto tratado e individualiza o texto. Localiza-se antes do início do texto.

Tema: é a ideia-núcleo do texto, que permite discutir mais de uma posição sobre o mesmo assunto. Localiza-se, em geral, na introdução.

CONSTRUÇÃO DO PARÁGRAFO

No texto dissertativo, cada parágrafo deve ser organizado e ordenado em torno de uma ideia principal. A necessidade de sequência lógica e coerência leva a ideias secundárias que. por fim, constroem o todo do texto.

Outros recursos que facilitam ao iniciai1 parágrafos são: recorrer a alusões históricas, apresentai’ perguntas, dados, etc.

Parágrafo: é uma unidade de texto de tamanho variável em que, a partir de uma ideia principal, desenvolvem-se ideias secundárias relacionadas entre si. É indicado pela mudança de linha e por um pequeno espaço deixado na margem esquerda do texto.

1. Leia o parágrafo, observe a tira e responda às questões a seguir.

“Quem vive em São Paulo e no Rio de Janeiro, as duas maiores metrópoles do país, conhece bem seus problemas: desemprego, custo de vida elevado, favelização, poluição, caos no trânsito, precariedade no atendimento de saúde e aumento da violência urbana. Boa parte deles foi causada pelo crescimento desordenado das cidades e pela falta de planejamento urbano. Só em São Paulo, estima-se que haja cerca de 1,6 mil favelas, a maioria localizada em bairros da periferia. No Rio de Janeiro, enormes favelas convivem lado a lado com os bairros nobres da Zona Sul.

Atualidades: Vestibular. São Paulo:Abril, 2003.

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a) O parágrafo acima foi elaborado a partir de uma ideia principal. Qual é essa ideia?
b) O que ocasionou o fato a que se refere esse parágrafo?
c) No caderno, elabore um parágrafo a partir do que você leu acima e outro relacionado à tira.

Avaliação: Releia os dois parágrafos e sublinhe a ideia principal de cada um. Depois corrija o que for necessário.

2. A partir de cada tema, escreva um título.

a) A leitura representa uma viagem através de mundos diferentes e pode ampliar conhecimentos, informar e distrair o leitor.
b) Novas leis são propostas como punição aos traficantes de drogas, cujo comércio ilegal acarreta corrupção e violência.

Avaliação: Verifique se há adequação do título ao tema proposto. Se não houver, elabore outro.

3. Agora escreva um tema relacionado a cada título.

a) As mulheres no mercado de trabalho.
b) A importância do lazer na vida das pessoas.

Avaliação: Verifique se o tema está condizente com o título. Se não estiver, elabore outro.

4. Veja as tiras e a charge abaixo. No caderno, defina o tema e crie um título para cada uma. Depois elabore um parágrafo a partir do tema.

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Avaliação: Verifique se o tema, o título e o parágrafo têm relação entre si e reelabore o que for necessário.

ESTRUTURA-PADRÃO DO TEXTO DISSERTATIVO

Dissertar é discorrer sobre determinado assunto, defender ou questionar uma ideia, apresentando argumentos que levem a uma conclusão e convençam o interlocutor.

Ao elaborar um texto dissertativo, o argumentador seleciona os argumentos adequados ao público a que se destina o texto, organiza as ideias e opiniões a partir de dados precisos, baseados em observações e pesquisas fundamentadas, com intenção de transmitir informações.

Quanto à linguagem, há o predomínio da norma culta, com o uso de orações subordinadas (por exemplo: “Embora possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas”). É comumente explorado o sentido denotativo das palavras; as figuras de linguagem são permitidas desde que auxiliem na defesa de uma ideia.

Recursos como relação de causa e consequência, comparações, enumerações, exemplos, citações (de livros, de opiniões de especialistas), dados estatísticos e definições são bastante utilizados.

No texto dissertativo, não é comum encontrar os elementos tempo e espaço como na narração, nem o detalhamento rico em adjetivos valorizado na descrição.

Um poema dissertativo

Nem sempre o texto dissertativo é elaborado em prosa ou em linhas contínuas. Também é possível apresentar opiniões em versos. Leia o poema a seguir,”Páscoa”,em que o eu lírico tenta definir o que é velhice.

“Velhice
é um modo de sentir frio que me assalta
e uma certa acidez.
O modo de um cachorro enrodilhar-se
quando a casa se apaga e as pessoas se deitam.
Divido o dia em três partes:
a primeira pra olhar retratos,
a segunda pra olhar espelhos,
a última e maior delas, pra chorar.
Eu, que fui loura e lírica,
não estou pictural.
Peço a Deus.
em socorro da minha franqueza,
abrevie esses dias e me conceda um rosto
de velha mãe cansada, de avó boa,
não me importo. Aspiro mesmo
com impaciência e dor.
Porque sempre há quem diga
no meio da minha alegria:
‘põe agasalho’
‘tens coragem?’
‘por que não vais de óculos?’
Mesmo rosa sequíssima e seu perfume de pó,
quero o que desse modo é doce,
o que de mim diga: assim é. Pra eu parar de tremer e posar pra um retrato,
ganhar uma poesia em pergaminho.”

PRADO,Adélia.”Páscoa”. Bagagem. São Paulo: Siciliano, 1999.

Ao redigir um texto dissertativo, você pode seguir estes passos:

•   Traçar um roteiro (planejamento do que será escrito) com algumas ideias a ser apresentadas em uma sequência organizada.
•   Relacionar palavras e frases importantes, concernentes ao tema da dissertação, que vão se transformar em parágrafos no desenvolvimento do texto.
•   Definir a tese e fundamentá-la com argumentos que a sustentarão.
•   Apresentar pontos de vista e opiniões diversas que se contrapõem e enfatizar seu ponto de vista ou posicionamento crítico.
•   Verificar se o texto tem as partes principais: introdução, desenvolvimento, conclusão.
•   Concluir retomando o que foi falado no início.
•   Inserir um título sugestivo, se necessário.

A estrutura-padrão de um texto dissertativo compreende três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

INTRODUÇÃO

A dissertação deriva de uma determinada tese — tomada de posição diante de um tema (ideia-núcleo do texto) —, que será desenvolvida nos parágrafos seguintes.

Como a tese, em geral, é apresentada logo na introdução e continua a ser trabalhada ao longo do texto, identificá-la ajuda a perceber a.coerência do que se está lendo e a não perder de vista o fio condutor.

Na introdução, o autor do texto dissertativo (o argumentador) pode fazer uma pergunta para o leitor, que será respondida no desenvolvimento, ou apresentar um exemplo do assunto a ser analisado.

DESENVOLVIMENTO

Nessa parte, os argumentos necessários para defender e justificar a tese proposta na introdução devem ser inseridos com coerência e coesão. Há uma seleção de aspectos ou detalhes particulares que ampliam e explicam a ideia-núcleo do texto de forma ordenada.

Geralmente, utiliza-se um parágrafo para cada argumento. No entanto, essa não é uma regra obrigatória. Podem ser desenvolvidos tantos parágrafos quantos forem necessários para que a tese seja bem apresentada.

Em geral comprova-se o que foi abordado na introdução, incluem-se dados, informações e argumentos para expor o ponto de vista e converge-se para a conclusão.

CONCLUSÃO

Nessa última parte, retoma-se a ideia-núcleo apresentada na introdução e desenvolvida no texto. Recapitulam-se as ideias do desenvolvimento, dando um fechamento aos argumentos expostos no decorrer do texto.

A conclusão de uma dissertação pode ser uma síntese das ideias presentes no desenvolvimento ou apresentar uma nova solução para o problema proposto, podendo até mesmo surpreender o leitor com algo inusitado.

Para verificar se você entendeu o que é dissertação, leia o texto “Violência epidêmica” e responda às questões a seguir.

Violência epidêmica

“A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas.
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros urbanos e se dissemina pelo interior. A incidência nem sempre é crescente, mudança de fatores ambientais e medidas mais eficazes de repressão, por exemplo, podem interferir em sua escalada.
As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência flutuam ao sabor das emoções, raramente o conhecimento científico sobre o tema é levado em consideração. Como reflexo, a prevenção das causas e o tratamento das pessoas violentas evoluíram muito pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras enfermidades.
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de seus desejos.
A violência urbana é uma doença com múltiplos fatores de risco, dos quais os mais relevantes são a pobreza e a vulnerabilidade biológica.
Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao desenvolvimento psicológico pleno. A revisão dos estudos científicos já publicados permite identificar três fatores principais na formação das personalidades com maior inclinação ao comportamento violento:

1)    Crianças que apanharam, foram abusadas sexualmente, humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.

2)   Adolescência vivida em famílias que não lhes transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram limites de disciplina.

3)   Associação com grupos de jovens portadores de comportamento anti-social.

Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social, à corrupção policial e ao péssimo exemplo de impunidade dado pelos chamados criminosos de colarinho-branco, esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a violência crescente nas cidades.
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a resposta do aprisionamento. Embora pareça haver consenso de que essa seja a medida ideal e de que lugar de bandido é na cadeia, não se pode esquecer que o custo social de tal solução está longe de ser desprezível. Além disso, seu efeito é passageiro: o criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver preso. Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões mais sólidas com o mundo do crime.
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. Para agravar, obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa, aumentaremos o número de prisioneiros a ponto de não conseguirmos edificar prisões na velocidade necessária para albergá-los. As cadeias continuarão superlotadas, e o poder dentro delas, nas mãos dos criminosos organizados.
Seria mais sensato investir o que gastamos com as cadeias em educação, para prevenir a criminalidade e tratar os que ingressaram nela. Mas, como reagir diante da ousadia sem limites dos que fizeram do crime sua profissão sem investir pesado no aparelho repressor e no aprisionamento, mesmo reconhecendo que essa é uma guerra perdida? Estamos nesse impasse!
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os policiais a executar sua função com dignidade,criar leis que acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e construir cadeias novas para substituir as velhas, mas isso não resolverá o problema enquanto a fábrica de ladrões colocar em circulação mais criminosos do que nossa capacidade de aprisioná-los.
Só teremos tranquilidade nas ruas quando entendermos que ela depende do envolvimento de cada um de nós na educação das crianças nascidas na periferia do tecido social. O desenvolvimento físico e psicológico das crianças acontece por imitação. Sem nunca ter visto um adulto, ela andará literalmente de quatro pelo resto da vida. Se não estivermos por perto para dar atenção e exemplo de condutas mais dignificantes para esse batalhão de meninos e meninas soltos nas ruas pobres das cidades brasileiras, vai faltar dinheiro para levantar prisões.
Enquanto não aprendemos a educar e oferecer medidas preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento artístico.”

VARELLA, Drauzio. In: Folha de S.Paulo, 9 mar. 2002.

1. No texto “Violência epidêmica”, afirma-se que nos bairros pobres a violência urbana “adquire características epidêmicas”. Considerando o conceito de epidemia (doença infecciosa que ataca simultaneamente grande número de indivíduos), explique como o autor justifica essa afirmação.

2. Esse texto apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. Identifique tal divisão.

3. A organização de um texto pode ser observada ao se extrair de cada parágrafo a ideia desenvolvida em cada um. O texto “Violência epidêmica” tem 14 parágrafos. Qual é a ideia principal de cada um?

4. Na introdução, é apresentada a tese, para inteirar o leitor do que será desenvolvido em seguida. Identifique essa tese.

5. Segundo o texto, o conhecimento científico é pouco aplicado na prevenção das causas e no tratamento das pessoas violentas. Qual seria a utilidade desse conhecimento?

6. A enumeração é uma das características do texto dissertativo. Nesse texto de Varella, foi utilizada para apontar as causas pela formação de personalidades com maior inclinação ao comportamento violento. Escreva, com suas próprias palavras, quais são essas causas.

7. No desenvolvimento, o autor seleciona aspectos que desenvolvem a tese de forma ordenada, evitando detalhes desnecessários e incoerência em relação ao que é afirmado no início. Quais são esses aspectos?

8. Procurando instigar o leitor a refletir, o argumentador de “Violência epidêmica” também recorre ao questionamento do senso comum. Cite o trecho em que ele utiliza esse recurso.

9. O autor é a favor da construção de cadeias novas em substituição às velhas. A partir dessa posição, ele defende o argumento de que “lugar de bandido é na cadeia”? Justifique sua resposta.

10. Referindo-se à criança, Drauzio Varella afirma: “Sem nunca ter visto um adulto, ela andará literalmente de quatro pelo resto da vida”. Que conclusão está implícita nessa afirmação?

11. Para defender sua tese de que a violência urbana é epidêmica, o autor recorre a vários argumentos, procurando convencer o leitor. Identifique um trecho em que a argumentação se baseie na relação de causa e consequência.

12. O texto dissertativo procura convidar o leitor a participar de uma discussão. Dê um exemplo, no texto de Drauzio Varella, em que isso pode ser percebido.

13. Na conclusão, o argumentador retoma o que foi dito no início: a violência é uma doença contagiosa. Ele afirma que não existe solução mágica para o problema da violência urbana, portanto é preciso adotar algumas medidas. Quais são elas?

VAMOS TRABALHAR COM A PRODUÇÃO AGORA?

1. Copie num caderno ou nos comentários aqui mesmo os trechos a seguir, completando as partes que faltam: no texto 1, a introdução; no texto 2, o desenvolvimento; no 3, a conclusão.

Texto 1

Televisão em casa

Elaborar a introdução.

A partir de uma pesquisa realizada entre pessoas de diferentes classes sociais, concluiu-se que, de fato, em geral os telespectadores absorvem boa parte do que é apresentado na tela.
Tanto as novelas como as propagandas veiculadas nos intervalos exercem muita influência sobre as pessoas. Ao difundir modelos de comportamento, reforçam-se estereótipos ligados a raças e classes sociais, o que contribui para que imagens distorcidas da sociedade continuem a ser propagadas.
Resta saber se recorrer ao controle remoto para mudar de canal resolveria o problema. Aliás, antes disso, é preciso saber se as pessoas querem mudar de canal.

Texto 2

O Brasil hoje

A realidade brasileira deixa claro que nosso país é,palco de grandes contradições sociais, culturais e econômicas. A origem disso pode ser procurada, e provavelmente será encontrada, na exploração do Brasil pelas grandes potências,que contavam com o apoio de nossa elite e com a falta de voz ativa dos menos favorecidos.

Elaborar o desenvolvimento.

Diante de todas essas contradições, de todas essas injustiças, os brasileiros precisam parar para se perguntar qual é, de fato, o significado do dia 7 de setembro para o nosso país.

Texto 3

Meio ambiente

Existem dezessete países no mundo que reúnem em seu território 70% de toda a biodiversidade global. Nenhum deles, porém, chega perto do Brasil, que abriga aproximadamente 20% de todas as espécies animais do planeta. Na Floresta Amazônica está boa parte da riqueza natural do país: são 5,5 milhões de quilômetros quadrados com um terço de todas as espécies vivas do planeta. Mas até quando?
Todos esses números acabam por atrair a atenção de pessoas e corporações com interesses duvidosos, que põem o desejo de lucro acima de qualquer outra consideração de ordem ética, promovendo um desmatamento sem limites e acelerando a extinção de diversas espécies animais.
O comércio ilegal de aves também tem se intensificado, o que revela tanto um certo descaso das autoridades como a cumplicidade de uma parte da população que, ao comprar uma dessas aves em uma loja, terá contribuído com a matança de outras 99 da mesma espécie. Isto é sério.

Elaborar a conclusão.

Avaliação: Troque seu texto com um(a) colega para verificar se foi feito o que se solicitou nos textos 1, 2 e 3.

Faça comentários e sugestões por escrito indicando se os parágrafos apresentam-se em uma sequência lógica e ordenada.

Se necessário, reescreva seu texto a partir dos comentários e sugestões do(a) colega.

2. Através da linguagem verbal e da não-verbal, esta charge de Henfil comunica, de forma irônica, um dos mais graves problemas sociais do mundo, que foi enfrentado pelo personagem Bode Orelana e o levou a proferir tantas blasfêmias.

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Vamos pensar um pouco sobre as causas do crescimento do desemprego em todo o mundo e as consequências que essa situação provoca: fome, violência, baixa escolaridade, falta de recursos para moradia e saúde, entre outros.

Depois disso, redija um texto em que, por meio da relação de causa e consequência, você justifiquem a atitude de Orelana.

Avaliação: Troquem seu texto com outra dupla. Indiquem onde começa e termina a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Definam qual é a tese desenvolvida nos parágrafos em defesa da qual vocês apontaram as causas e chegaram às consequências. Se necessário, reescrevam seu texto.

3. Esta é uma atividade para quem é professor. Se você é apenas estudante, adapte-a para fazê-la.

Na charge de Angeli, o humor é usado como um recurso para tratar de um assunto gravíssimo: a mortalidade infantil.

Essa questão vem sendo atacada pelo governo brasileiro, mas, apesar dos avanços conseguidos nos últimos anos, a taxa de mortalidade ainda é alta, como se pode constatar pela matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Veja a charge e leia o texto:

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Cai a mortalidade infantil

“A taxa de mortalidade infantil em São Paulo caiu para o menor nível de toda a história da saúde pública no Estado, como revela pesquisa feita pela Fundação Estadual de Análise (Sead-SP).Em 2000, a taxa de mortalidade já havia recuado bastante, para 16,97 óbitos de crianças de até I ano de idade para cada mil nascidas vivas. No ano passado, recuou ainda mais, para 15,8 óbitos a cada mil nascimentos. Isso representa menos da metade da taxa nacional de mortalidade infantil. A taxa ainda é alta, quando comparada com as de países desenvolvidos, mas sua queda representa importante conquista, dado o complexo perfil demográfico do Estado, que recebe fortes fluxos migratórios e registra significativos movimentos populacionais no interior.
Os dados divulgados pela Sead revelam fortes disparidades entre as regiões do Estado e até mesmo dentro de uma mesma cidade. Nos bairros centrais de Santos, por exemplo, morrem 56 crianças de até I ano por mil nascidas vivas, enquanto na Ponta da Praia a taxa cai para pouco mais de 10 mortes por mil nascimentos. […]”

Disponibilidade: http://www.escado.estadao.com.br/editorias (acesso em 20 abr. 2002).

Reúna-se com alguns colegas para redigir um texto a partir da crítica social expressa na charge de Angeli e dos dados apresentados no texto jornalístico. Não se esqueçam do título.

Avaliação: Troquem seu texto com outro grupo. Indiquem os trechos em que há referência à charge e ao texto jornalístico. Escrevam sugestões para o texto ficar mais claro, coeso e conciso. Depois cada grupo vai ler as sugestões apresentadas e reescrever seu texto, acatando as ideias que julgar convenientes. Organizem um mural com os demais grupos e coloquem as redações nele, para que todos possam ler os textos.