Como fazer uma boa redação para concursos públicos

A redação dissertativa é modalidade amplamente exigida nos concursos públicos e parece guardar em si a nossa competência para opinar sobre o mundo, questionar os fatos, criticar as circunstâncias e é por isso que sempre recebo perguntas sobre como fazer uma boa redação para concursos públicos.

Ela é bastante popular nas provas que dão acesso a vagas no setor público e muitas são as pessoas que procuram saber como fazer uma boa redação já que estudar para concursos públicos exige bastante empenho e métodos que facilitem o trabalho do concurseiro.

Aulas de Português e modelos prontos de textos dissertativos são apenas alguns dos recursos que trazemos para os candidatos, pois assim como fazer uma boa redação no Enem pode ajudar um candidato a conquistar uma boa colocação no SISU e, consequentemente a vaga na universidade, a redação do concurso pode ser a garantia de um futuro com independência financeira.

A redação dissertativa é a modalidade preferida nos concursos públicos. Há quem diga que ela é muito diferente das redações feitas em outras situações, mas a verdade é que o gênero dissertativo guarda características comuns, seja qual for a situação de teste a que você se submeta. Entender o que cada parte da dissertação deve apresentar é sim o caminho seguro para tirar uma boa nota no dia da prova.

Por mais que a nossa preferência seja pela narração no uso da linguagem no dia a dia, é na dissertação que as bancas conseguem separar aqueles que sabem usar corretamente a linguagem para defender argumentos e opiniões.


Bem, para que possamos escrever bem uma redação dissertativa, é preciso também levar em conta que precisaremos nos inteirar dos assuntos que nos cercam.

“Não há ninguém que escreva bem quando não sabe bem sobre o que vai escrever.”

Neste artigo você vai aprender a fazer uma boa redação dissertativa no concurso público e verá quais as melhores estratégias para fazer a introdução da dissertação, como argumentar com propriedade e também a fazer uma conclusão perfeita na dissertação.

Como fazer, então, uma redação no concurso?

Escrever é decorrência do ato de pensar. Então, leia de tudo um pouco: filosofia, religião, política, bula de remédio, receita de bolo, história em quadrinhos, editoriais de jornais, notícias de assassinatos, outdoors, poemas, romances, resumo da sessão da tarde. Dessa forma, estará construindo seu lado de dentro, um universo muito mais rico, e buscando construir um discurso próprio, particular, marca de sua própria individualidade. Afinal, só escrevemos bem quando sabemos bem sobre o que vamos escrever.

A rigor, a dissertação é uma estrutura tripartida: tese (ou proposta), desenvolvimento (ou argumentação) e fecho (ou conclusão). Neste capítulo, vamos estudar cada uma destas três partes.

A tese equivale, como você sabe, a uma proposta que fazemos ao nosso leitor-corretor: é sobre o que vamos falar, defender. É como se você apresentasse seus pontos-de-vista iniciais e que serão desenvolvidos ao longo do que escreverá.

O desenvolvimento é a grande prova-dos-nove: é argumentação pura, exemplos, aproximações, citações. É ali que seu corretor centrará a mais aguda observação; e é ali também que você, caso não saiba adequadamente sobre o assunto, poderá tirar sua menor nota apreciativa. Quem lê, está informado sobre os fatos, passa por esta parte com facilidade e rapidez.

O fecho é a parte última, a finalização de todos os registros, ideias e especulações contidas no texto. A melhor maneira de “fechar” um texto é supondo algo, fazendo uma hipótese. Mas isso é matéria para um outro capítulo…

“De qualquer forma, o prazer não implica facilidade, ele é trabalho e procura e construção: o prazer da escritura não se separa do prazer da leitura: quem escreve é o primeiro leitor de si. próprio.”

(Joaquim Brasil – O impossível prazer do texto-ABL/UNICAMP)

Você já leu muitas vezes, ou aprendeu em todas as aulas a que assistiu sobre como dissertar, que a estrutura da dissertação é tripartida: Tese (ou Introdução), Argumentação (ou Desenvolvimento) e Conclusão (Fecho).

A Tese é a “cabeça” da redação e destina-se à apresentação da ideia central que pretendemos desenvolver; consta apenas de um parágrafo.

A Argumentação é a “barriga”, nela defende-se a tese proposta, argumenta-se, critica-se, dá-se exemplos, justificativas, opiniões, a fim de comprovar a ideia central da tese (contém de 2 a 4 parágrafos).

A Conclusão põe término à redação. São os “pés”: conclusão de nossas ideias, sintetiza o conteúdo dos nossos argumentos, oferece hipótese de solução, dá o acabamento aos nossos argumentos, permite ironias, enfeixa soluções, resume nossa opinião, veicular hipóteses de resolução.

Mas, o que significa verdadeiramente dizer que um texto tem obrigatoriamente que ostentar uma proposta, um desenvolvimento e um fecho?

Veja abaixo a explicação sobre qual deve ser o conteúdo de cada uma das três partes e também algumas sugestões para criar seu texto dissertativo no concurso público

Como fazer a introdução na redação do concurso público

Muitas vezes, diante de um tema muito especial, você se flagrou pensando: e agora, como posso começar esta dissertação?

Abaixo você vai aprender 3 tipos ou maneiras de abrir uma dissertação. Elas também podem ser combinadas entre si, o que daria a você uma gama enorme de possibilidades.

A tese (parágrafo introdutório ou parágrafo inicial) pode ser obtida através de alguns procedimentos: para tanto, são usadas definições simples, afirmações, citações, sequências interrogativas, comparações de características históricas, sociais ou geográficas.

Para se elaborar a tese, deve-se ter preocupação fundamental com o tema oferecido, levando-se em conta que o parágrafo introdutório é o norteador de toda a estrutura dissertativa, aquele que carrega uma ideia nuclear a ser utilizada de maneira pertinente em todo o desenvolvimento do texto.

Podemos iniciar nossa dissertação usando os seguintes tipos de tese:

1. Conceituando (definindo) algo (um processo, uma ideia, uma situação)

É a forma mais comum de começar. Exemplo:

“Violência é toda ação marginal que nos atinge de maneira irreversível: um tiro que se nos é dado, um assalto sem que esperemos, nosso amigo ou conhecido que perde a vida inesperadamente através de ações inomináveis…”

2.  Apresentando dados estatísticos sobre o assunto enfocado pelo tema

“Hoje, nas grandes cidades brasileiras, não existe sequer um indivíduo que não tenha sido vítima de violência: 48% das pessoas já foram molestadas, 31% tiveram algum bem pessoal furtado, 15% já se defrontaram com um assaltante dentro de casa, 2% presenciaram assalto a ônibus…”

Este tipo de tese não é aconselhável se não se mesclar a direcionamento argumentativo.

3.  Fazendo uso de linguagem metafórica ou figurativa

Esta tese é utilizada basicamente em redações dissertativas de cunho reflexivo bastante comuns em concursos públicos:

“Sorteio de vagas na educação… triste Brasil! Tristes e desamparadas criaturas que transformam-se em números sem particularidade individual e acabam, como num bingo do analfabetismo, preenchendo carteias da ignorância. Triste Brasil que em vez de fazer florescer intelectos, faz gerar o desconsolo e o descontentamento, impede o progresso intelectual e faz ressaltar a maior das misérias: a marginalidade que se cria fora do saber.”

Como construir o desenvolvimento da redação de concurso

Em uma dissertação, os parágrafos mediais compreendem o que chamamos de argumentos; eles são, comparando a redação dissertativa a um corpo humano, uma grande “barriga” que abrigará em seu bojo exemplos, aproximações, justificativas e evidências, e que propiciará o “nascimento” de um bom texto.

É preciso, no entanto, saber usá-los bem, evitando, assim, os defeitos de argumentação que tornam o texto frágil; portanto, nada de noções confusas de caráter amplo e vago, afirmações genéricas, uso de conceitos que se contradizem ou instauração de falsos pressupostos. Além disso, bana de sua dissertação gírias, clichês, lugares comuns, além do emprego de circularidade.

Tome-se aqui a palavra circularidade a repetição exaustiva dos mesmos exemplos, críticas e pontos de vista no eixo de um só texto. É defeito grave na construção dos parágrafos argumentativos porque é agente empobrecedor de argumentação. Girar ao redor de um falso eixo de argumentos, repetir o que já foi dito é, certamente, uma articulação perigosa de ideias, se é que isso possa ser chamado de “articulação de ideias”. A circularidade, dá-se um nome muito conhecido: “operação enche-linguiça…”

Modelos de parágrafos argumentativos

Há alguma maneira de tentar organizá-los metodicamente? Tomemos como exemplo o tema educação. É possível argumentar por:

1.  Exemplificação simples:

Exposição de dados conhecidos, divulgados pelos meios de comunicação:

“A presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), Maria Helena Guimarães de Castro, calcula em 7 milhões os casos mais graves, nos quais o atraso escolar é de duas séries ou mais.” (Folha de S. Paulo)

2.  Argumentação histórica, fazendo trajetórias comparativas (sócio-político-culturais ou geográficas):

“O número de anos que um trabalhador coreano gastou estudando antes de obter um emprego chega a ser o dobro do tempo passado na escola por um empregado brasileiro. Essa diferença na qualificação da mão-de-obra faz a diferença…” (Folha de S. Paulo)

3.  Hipótese:

“Nesse ritmo, e com o decréscimo do número de jovens em idade escolar nas próximas gerações, será mais difícil para o Brasil aumentar sensivelmente a escolaridade de sua força de trabalho e, assim, conseguir competir em pé de igualdade com seus concorrentes comerciais da Ásia, por exemplo.” (Folha de S. Paulo)

Como fazer a conclusão do texto dissertativo

A preocupação maior do aluno sempre tem sido abrir uma redação (construção da tese) ou construir os parágrafos mediais (argumentação). Mal sabe ele, no entanto, que o fecho da dissertação é tão importante aspecto como os dois anteriormente citados. Se comparássemos a dissertação a um corpo humano, ela teria cabeça (tese), corpo (a “barriga” argumentativa) e membros (o fecho é um suporte tão importante como os demais…). Então, como se fecha um texto de caráter argumentativo?

Há quatro propostas que poderão ser encontradas logo abaixo. As mais comuns são aquelas ensinadas em todos os manuais de redação: retomar o parágrafo inicial e resumir os argumentos.

1. Resumindo a argumentação (síntese da argumentação):

Usado basicamente em textos de caráter expositivo, condensa os argumentos dos parágrafos mediais. É preciso tomar cuidado com ele: se não for bem usado, gerará texto circular, parecerá repetição pura, falta de ideias sobre os fatos.

2.  Reapresentando e sintetizando os dados da tese:

Funciona como uma espécie de reforço da ideia central (parágrafo inicial, tese) a ser desenvolvida. Tome cuidado para não girar em torno das mesmas ideias, repetir palavras, provocar circularidade textual, o que empobreceria em demasiado a redação.

3. Apontando soluções para os problemas que foram discutidos no corpo da argumentação:

Embora tenha sempre caráter hipotético, é sempre bom lembrar que a solução proposta deve ser viável. É isso que o Enem pede dos candidatos em sua prova e não seria estranho fazer o mesmo num concurso público. Mostrar um caminho para resolver o problema mostra maturidade por parte do candidato.

Precisa de ajuda para fazer sua redação?

Como professor de redação há mais de 15 anos, sei muito bem quais os atalhos para fazer uma boa redação num concurso público. Pensando em quem deseja se preparar melhor para fazer a redação de concursos e, claro, do Enem, preparei um livro eletrônico chamado Segredos da Redação Perfeita.

Neste livro eu coloquei todo o passo a passo facilitado para que você consiga fazer uma ótima redação mesmo que não saiba nada sobre o tema. E não é só isso. Todos sabemos que no concurso público a redação é apenas uma parte. A prova de linguagens exige bastante do candidato. Junto com o livro eletrônico Segredos da Redação Perfeita você tem acesso ao Método Português Pra Passar 2.0, uma área de membros com mais de 90 aulas que guiarão você pelos principais assuntos da Língua Portuguesa cobrados nas provas de concursos públicos.