Resumo sobre funções da linguagem

Você já deve saber que podemos utilizar vários recursos para nos comunicarmos com alguém, como gestos, imagens, músicas ou olhares. No entanto, a linguagem é a forma mais abrangente e efetiva que possuímos e, dependendo de nossa mensagem, podemos fazer inúmeras associações e descobrir o contexto ou a circunstância que aquela intenção comunicativa foi construída.

Existem dois tipos de linguagem, a verbal e a não-verbal. Na primeira, a comunicação é feita por meio da escrita ou da fala, enquanto a segunda é feita por meio de sinais, gestos, movimentos, figuras, entre outros.

A linguagem assume várias funções, por isso, é muito importante saber as suas distintas características discursivas e intencionais. Em primeiro lugar, devemos atentar para o fato de que, em qualquer situação comunicacional plena, seis elementos estão presentes:

→ Emissor: É o responsável pela mensagem. É ele quem, como o próprio nome sugere, emite o enunciado.
→ Receptor: A quem se direciona o que se deseja falar; o destinatário.
→ Mensagem: O que será transmitido, a “tradução” de uma ideia.
→ Referente: O assunto, também chamado de contexto.
→ Canal: Meio pelo qual será transmitido a mensagem.
→ Código: A forma que a linguagem é produzida.

Cada uma das seis funções que a linguagem desempenha está centrada em um dos elementos acima, ou na forma como alguns desses elementos se relacionam com os outros. Veja a seguir:


Metalinguística

Refere-se ao próprio código. Por exemplo:

– A palavra “analisar” é escrita com “s” ou com “z”?
– “Analisar” se escreve com “s”, Marcelo.

Consiste no uso do código para falar dele próprio, ou seja, a linguagem para explicar a própria linguagem. Pode ser encontrada, por exemplo, nos dicionários, em poemas que falam da própria poesia, em músicas que falam da própria música.

Referencial

Centraliza-se no contexto, no referente. Transmite dados de maneira objetiva, direta, impessoal. A dissertação argumentativa é o tipo de texto em que um determinado ponto de vista é defendido de maneira objetiva, a partir da utilização de argumentos. Outros exemplos são textos jornalísticos, livros didáticos e apostilas.

Conativa ou Apelativa

Procura influenciar o receptor da mensagem. É centrada na segunda pessoa do discurso e bastante comum em propagandas.

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória

Essa função encerra um apelo, uma intenção de atingir o comportamento do receptor da mensagem ou chamar a sua atenção. Para identificá-la, devemos observar o uso do vocativo, pronomes na segunda pessoa, ou pronomes de tratamento, bem como verbos no modo imperativo.

Fática

Está centrada no canal. Objetiva estabelecer, prolongar ou interromper o processo de comunicação.

— Olá, como vai?
— Eu vou indo e você, tudo bem?
— Tudo bem, eu vou indo…

A função fática envolve o contato entre o emissor e o receptor, seja para iniciar, prolongar, interromper ou simplesmente testar a eficiência do canal de comunicação. Na língua escrita, qualquer recurso gráfico utilizado para chamar atenção para o próprio canal (negrito, mudar o padrão de letra, criar imagem com a distribuição das palavras na página em branco) constitui um exemplo de função fática.

Emotiva

De forma simplista, pode-se dizer que expressa sentimentos, emoções e opiniões. Está centrada no próprio emissor – e, por isso, aparece na primeira pessoa do discurso.

Que me resta, meu Deus? Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores.
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores.
(Álvares de Azevedo)

Aqui, devemos observar marcas de subjetividade do emissor, como seus sentimentos e impressões a respeito de algo expressados pela ocorrência de verbos e pronomes na primeira pessoa, adjetivação abundante, pontuação expressiva (exclamações e reticências), bem como interjeições.

Poética

Centraliza-se na própria mensagem. É o trabalho poético realizado em um determinado contexto.

“De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.”
(Vinícius de Morais)

Como é centrada na própria mensagem, a função poética existe, predominantemente, em textos literários, resultantes da elaboração da linguagem, por meio de vários recursos estilísticos que a língua oferece. Contudo, é comum, hoje, observarmos textos técnicos que se utilizam de elementos literários para poder evidenciar um determinado sentido.