Cristo nosso amigo

Deus me conhece profundamente, sabe das batalhas que diariamente enfrento, e eu tenho certeza que Ele cuidará de mim em todas as circunstâncias.

Leitura Bíblica: João 1.32-34

Eu não o teria reconhecido… (Jo 1.33)

Lembro-me de ouvir, na adolescência, coisas do tipo: “Olha como ele cresceu! Já tá mudando a voz”, e todos esses comentários que os adolescentes “adoram” ouvir! Eu mesmo passei mais de 20 anos sem ver um primo com quem gostava de brincar quando criança, até que, finalmente, o reencontrei. Jamais teríamos nos reconhecido se as pessoas em volta não nos dissessem quem éramos. A lembrança da infância agora precisava ser reprocessada e atualizada.

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O mesmo deve ter acontecido com João. Ele era parente de Jesus. Ambos tinham praticamente a mesma idade. Talvez tenham brincado juntos na infância! Mas agora, já adultos e com ministérios definidos, João não se vê mais diante do “filho da tia Maria, de quem gostava tanto”. Ele está diante do Messias, do Cristo, de quem ele mesmo não se considerava digno nem de desamarrar as sandálias (Mc 1.7).

Certamente as lembranças de infância nada mais tinham a ver com o Homem que ele via diante de si, a quem respeitava por saber da autoridade que ele tinha. Amor e autoridade fundiram-se num momento único, bem ali, diante de seus olhos. Deus lhe avisa: aquele sobre quem descer o Espírito Santo é o Filho de Deus.

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Fico imaginando como foi para João transpor essa relação de intimidade/amor familiar para submissão/amor de servo! Hoje a relação com Deus tem sido tão banalizada. Apesar de Jesus ser e querer ser nosso amigo, de ter-se feito igual a nós, de trazer Deus para perto, ele não é nosso “mano”, “chapa” nem “bróder”. Ele é Deus – amigo, companheiro, amado, mestre, sim, mas sobretudo Senhor Soberano! João soube equilibrar a relação com Cristo, amando-o e servindo-o.


É tão bom ter em Cristo nosso Deus Amigo, Senhor amoroso, Mestre querido, com quem podemos conversar sobre tudo, sem qualquer protocolo e com toda liberdade – menos a de não lhe conferir honra e amor de todo o coração.

“Aquieta-me ao teu redor, forte Senhor, sem confundir intimidade com folga, altivez ou destemor” (R. Azevedo).